Força mediúnica

“Porque a mediunidade não constitui privilégio dos homens de bem e por que se veem pessoas indignas que a possuem no mais alto grau e que dela usam mal? ” [1]

 A pergunta acima foi feita por Allan Kardec aos Espíritos superiores, quando da elaboração de O Livro dos Médiuns, e que Emmanuel utiliza como referência para o capítulo que se intitula Força mediúnica no Livro Seara dos Médiuns. Através das informações trazidas por Allan Kardec e por Emmanuel, destacamos alguns pontos essenciais:

1) A mediunidade é uma faculdade orgânica inerente ao homem, tal como a visão, a audição, etc. A mediunidade existe desde o surgimento da raça humana e não é uma criação ou um conceito Espírita. Na verdade, o Espiritismo surge através da mediunidade, quando Allan Kardec inicia o estudo dos fenômenos mediúnicos das “mesas girantes”.

2) A mediunidade não é um privilégio. Qualquer ser humano pode ser médium. O sábio, o ignorante, o homem de bem, o malfeitor, o honesto, o corrupto, o pobre, o rico, o ateu, o religioso, o espírita ou qualquer outra pessoa ligada a outras crenças religiosas.

 3) A mediunidade é neutra em si mesma, não é boa nem má. O bem e o mal, como produto da mediunidade, vão depender exclusivamente da força que a conduz. Ou seja, vai depender muito da condição moral e intelectual do médium.

4) O principal objetivo da mediunidade é a evolução moral da humanidade. Por isso a cada dia vê-se multiplicar o número de criaturas com possibilidades mediúnicas afloradas, em todos os lugares, em todas as classes sociais. Sendo que o progresso da humanidade somente se dará com a melhoria individual do ser humano, neste caso em especial, o médium tem uma atuação essencial, pois são como árvores destinadas a fornecer o fruto do alimento espiritual a seus irmãos.

5) A mediunidade é concedida ao médium para que ele se melhore e contribua para o melhoramento do meio em que convive, tal como outras possibilidades concedidas ao homem como a riqueza, a inteligência, a eloquência, e que invariavelmente deveremos prestar contas do mau uso destas faculdades.

Portanto, nós Espíritas, comprometidos com as diretrizes de nosso Senhor Jesus Cristo e iluminados pelas claridades da Doutrina dos Espíritos, aproveitemos a grande oportunidade desta maravilhosa ferramenta evolutiva que Deus nos concedeu. Orientemos a nossa força medianímica através da bondade, e do serviço constante no bem e do estudo perseverante, visando nosso aprimoramento moral e intelectual. Caridade e educação, sempre!

E como Emmanuel nos orienta em referência a força mediúnica, saibamos que:

“Não valem médiuns que apenas produzam fenômenos. Não valem fenômenos que apenas estabeleçam convicções. Não valem convicções que criem apenas palavras. Não valem palavras que apenas articulem pensamentos vazios. A vida e o tempo exigem trabalho e melhoria, progresso e aprimoramento. ”

 Ladimir Freitas

[1] KARDEC, Allan. O Livro dos Médiuns: Segunda Parte – Cap. XX – Da Influência moral dos Médiuns. 62. ed. Rio de Janeiro: FEB, 1996.