Elvira Barros Soares (Irmã Ló)

Filha de Tobias Franco de Barros e Clotildes de Almeida Barros, nasceu em Guidoval (antiga Sapé de Ubá), Minas Gerais, em 22 de janeiro de 1910, a menina Elvira, apelidada por “Ló”.

Tendo por berço um lar espírita, transferiu-se ainda criança para Ponte Nova, onde viveu sua mocidade. Muito querida por todos, devido à bondade e suavidade de seu coração, trabalhou como caixa no “Bazar Renê”, naquela cidade. Em certa época, quando o pai ficara desempregado, faltando-lhe recursos financeiros, sustentou o lar com seu parco salário.

Desde jovem integrou-se à tarefa espiritual, assumindo com responsabilidade seus compromissos com a Doutrina Espírita.

Em 22 de setembro de 1932, casou-se com Jair Soares, constituindo sua família com os descendentes: Ed Soares, Elcy Soares, Edgard Soares e Vilma Barros Soares.

Assim, passou a viver na localidade de Bituruna – uma estação povoada de meia dúzia de casas – onde Jair possuía uma casa de comércio. Ló, com seus dotes culinários, fazia doces caseiros para vender na loja, ajudando não só a seu marido, como também aos seus pais necessitados.

Nos alvores de 1935, Jair liquidou a loja comercial, transferindo sua moradia para Belo Horizonte, cidade onde moravam recentemente seus pais. Ló, o esposo e o primogênito Ed foram amparados pelo lar paterno, até que Jair conseguisse emprego. Na capital mineira, desde os primeiros momentos de residência, se integrou às tarefas espirituais, abençoando seu lar com reuniões espíritas.

Por muitos anos, foi tarefeira do Centro Espírita Oriente, doando um carinho especial à Casa Espírita André Luiz (Ceal), da qual foi uma das fundadoras e, onde, durante muito tempo, fez pernoite, sacrificando o sono e repouso em benefício das crianças ali internadas.

No dia 11 de agosto de 1942, através de consulta médica, foi surpreendida por uma gravidez anormal (mola maligna), com diagnóstico médico de câncer no útero, com metástase pulmonar. Submeteu-se à histerectomia (extirpação total do útero), ficando sob observação médica. A insidiosa doença ficou “adormecida” até 1948, quando voltou a se manifestar no pulmão. Após novos exames, recebeu o fatídico prognóstico médico: teria, quando muito, “alguns meses de vida”. Com esta notícia a tristeza adentrou o lar dos Soares que, até então, era envolvido pela alegria.

Porém, na madrugada chuvosa de 10 de fevereiro de 1949, recebem a visita de Francisco Peixoto Lins (carinhosamente chamado de “Peixotinho”), médium de materialização, de Inácio Domingos da Silva (conhecido como “Marechal”) e de uma jovem de nome Laura. O trio foi acolhido por Jair, dado o adiantado das horas e o atraso do trem que os trouxeram do Rio de Janeiro, com destino a Pedro Leopoldo, para uma almejada visita a Chico Xavier. Só no dia seguinte foram apresentados à Ló.

Esta preparava o desjejum, quando Peixotinho, ao observá-la, vê a Irmã Scheilla com o rosto colado ao dela, dizendo: “Esta é minha irmã muito querida e que está muito enferma. Peço a Jesus a sua cura”. Neste momento, o médium vislumbrou o verdadeiro motivo de sua visita intempestiva naquele lar que não conhecia. Por orientação espiritual foram feitas duas reuniões especiais de materialização para tratamento da enferma.

Qual não foi o assombro dos participantes ao verem, pela primeira vez, a Irmã Scheilla totalmente materializada e iluminada, no esplendor de sua beleza, trazendo um aparelho de radioatividade, com o qual fez aplicações em Dona Ló.

Na ocasião, também foi materializado o Irmão José Grosso. Um dos trabalhos espirituais contou com a presença de Chico Xavier. Ao término do tratamento, a Irmã Scheilla dirigiu a Jesus uma sentida prece de agradecimento pela graça alcançada e informou que a Ló não desencarnaria em consequência do câncer.

Esse fato se comprovou vinte e dois anos depois, quando Elvira Barros Soares veio a falecer vitimada por um infarto, em 18 de janeiro de 1971.

Fonte: Grupo da Fraternidade Irmã Ló (GFIL – BH) – Dept. de Comunicação