Ao toque do Clarim

“… Ouvimos emocionados os clarins anunciadores e a sua música melancólica, informando-nos que o amado planeta se encontra na mais difícil crise espiritual dos últimos séculos”. Esta é uma afirmação do Espírito Antúlio, citado no primeiro capítulo da obra No rumo do mundo de regeneração de psicografia de Divaldo Franco, pelo Espírito Manoel Philomeno de Miranda. Neste capítulo intitulado “Clarins Anunciadores”, são apresentados alguns dos motivos que justificam várias dificuldades vivenciadas nos dias atuais, convidando-nos a uma reflexão especial sobre o mundo e, em especial, a nossa própria existência. Novos desafios são apresentados à humanidade, principalmente com o surgimento da pandemia do COVID-19. É-nos relatado que tudo isso faz parte do processo de transição planetária da Terra para um mundo melhor, o mundo de regeneração!

Os clarins tocaram convocando caravanas de Espíritos “ao serviço de amor e de caridade aos nossos irmãos do amado planeta”. Narra-se que várias equipes espirituais estavam descendo ao planeta, em nome de Jesus, para o socorro e amparo de toda humanidade.

 Esse mesmo “toque de clarim” foi descrito pelo Espírito André Luiz no livro Nosso Lar, no capítulo 41, “Convocados à luta”, no qual é narrado o período do início da Segunda Guerra Mundial, setembro de 1939, época de trevas para a humanidade.

“Esse Clarim – disse Tobias igualmente emocionado – é utilizado por Espíritos vigilantes, de elevada expressão hierárquica”. O toque do clarim, por mais de quinze minutos, foi utilizado para anunciar a palavra do governador da cidade espiritual de Nosso Lar, que em suas palavras convocava a todos os habitantes da colônia espiritual: “Irmãos de Nosso Lar, não vos entregueis a distúrbios do pensamento ou da palavra. A aflição não constrói, a ansiedade não edifica. Saibamos ser dignos do clarim do Senhor, atendendo-Lhe a Vontade Divina no trabalho silencioso, em nossos postos. Preparemos, pois, legiões de trabalhadores que operem esclarecendo e consolando, na Terra, no Umbral e nas Trevas, em missões de amor fraternal…”.

A Espiritualidade naquela época, como atualmente, estava se preparando para o auxílio e ao socorro, tanto dos seres reencarnados, bem como ao atendimento ao elevado número de espíritos desencarnados, pelo processo da guerra e hoje pela pandemia do COVID-19. Concomitantemente, atuando no combate das vibrações inferiores destrutivas, do terror, do medo da morte, do pessimismo e crueldades, bem como enfrentando a atuação intensa dos espíritos vinculados às trevas.

É maravilhosa e consoladora a narrativa da movimentação espiritual nestas duas obras citadas, em benefício de todos, porém, mais adiante, André Luiz, no capítulo 43, “Em conversação”, tratando ainda do amparo espiritual ao planeta, comenta do apoio que a Espiritualidade superior necessita de todos nós encarnados nestes momentos de lutas terríveis, principalmente nós, Espíritas. “O Espiritismo é a nossa grande esperança e, por todos os títulos, é o Consolador da humanidade encarnada; mas a nossa marcha é ainda muito lenta. Trata-se de uma dádiva sublime, para a qual a maioria dos homens ainda não possui ‘olhos de ver’. Esmagadora porcentagem dos aprendizes novos aproxima-se dessa fonte divina a copiar antigos vícios religiosos. Querem receber proveitos, mas não se dispõem a dar coisa alguma de si mesmos. Invocam a verdade, mas não caminham ao encontro dela”.

E conclui: “… vivemos à procura de homens espiritualizados para o trabalho sério”.

Nós somos Espíritas!

O que temos oferecido à espiritualidade superior, nesse momento tão delicado que passa nosso planeta?

O que temos contribuído para a nossa regeneração e do nosso meio?

E concluímos com Manoel Philomeno de Miranda, no capítulo 20, “Palavras Finais”.

“Aos espiritistas cabe a consciência dos deveres com que a Doutrina os honra”.

 Ladimir Freitas