A responsabilidade de sermos quem somos

Joanna de Ângelis, no livro O Homem Integral, psicografado pelo médium baiano Divaldo Franco, aborda no capítulo “Meditação e ação”, o estado reflexivo consciencial humano. Diz a mentora: “O autodescobrimento é o clímax de experiências do conhecimento e da emoção, através de uma equilibrada vivência. Para consegui-lo, faz-se indispensável o empenho com que o homem se aplique na tarefa que o possibilita. É certo que o tentame se reveste inicialmente de várias dificuldades aparentes, todas passíveis de superadas. A realização de qualquer atividade nova se apresenta complexa pelo inusitado da sua própria constituição. Não há, todavia, nada, com que o indivíduo não se acostume. Demais, tudo aquilo que se torna habitual reveste-se de facilidade. Assim, a busca de si mesmo, para a liberação de conflitos, amadurecimento psicológico, afirmação da personalidade, resulta de uma consciente disposição para meditar, evitando o emprego de largos períodos que se transformam em ato constrangedor e aborrecido.” A melhor forma de conectar-se com a Presença Criadora é colocar-se em estado meditativo, indo em busca de respostas para as questões aflitivas, e para isso é necessário um mergulho profundo dentro do próprio mundo íntimo.
É lá que se dará o verdadeiro encontro do “eu” com suas sombras, e o reconhecimento perceptivo do tamanho da capacidade de amar. O amor crescendo cada vez mais, tende a consolidar-se, e expandir-se para o entorno. Posteriormente, ganha suntuosas asas e viaja muito mais além do que nossa humilde capacidade humana é capaz de compreender neste presente momento, estando-se encarnado no orbe terrestre. Abarca, o amor, infinitas possibilidades, abraçando inúmeras conquistas, simplesmente pela consequência auto expressiva do que é. Seu receptáculo é o coração, centro da alma. O amor é tão lindo, brilhante, e reluz como o ouro! Quem ama verdadeiramente não nutre esperança sem ações. O verdadeiro amor constrói, se move, ergue-se com sabedoria e não vive da falsa esperança. A fé movedora e mantenedora do amor derruba barreiras, supera obstáculos, redivive a chama de amor do Cristo na certeza de que, como o próprio Mestre já dizia: “Se tiveres a fé do tamanho de um grão de mostarda…”, e sim! É tão real esse ensinamento de Jesus que se for mantido, tal como um mantra a soar ao fundo, na mente, cada passo que se der, dar-se-á com mais certeza da vitória.
O empenho de um ser humano em seu aprimoramento moral é avaliado através de suas ações. A ladainha de promessas e promessas, ou o murmúrio de queixas e lamentos podem desembocar em estados doentios, com reflexos claros no corpo físico. A profilaxia como sempre é o “orar e vigiar”. Quem ora, eleva o pensamento a Deus em um ato de humildade, colocando-se na posição de eterno aprendiz, com suas respectivas necessidades. E vigiando-se, medita sobre as próprias ações, procurando diariamente, refrescar a mente com os ensinamentos edificantes do mestre. Esta atitude, acrescentada à rotina diária, possibilita a elevação consciencial para além da “necessidade aflitiva” que as questões do cotidiano nos impõem. Joanna também aborda no capítulo “Meditação e ação”, a diferença entre os dois tipos de tendência comportamental humana. Existem dois tipos de ser humano, com exceção dos que praticam a omissão. Conclui a mentora: “[…] o primeiro age com paciência ante a dificuldade e o segundo reage com desesperação. Assim, o importante e essencial é dominar a mente, adquirindo o hábito de ser bom.” A postura adequada diante de uma questão é essencial para a sua resolução. Deve-se reconhecer a carga de responsabilidade que impera sob as nossas atitudes.
Todos ganham quando compreende-se quem realmente se é. A caminhada rumo a esse descobrimento é a razão da existência do homem na Terra. Amar sem exigir nada em troca, eis o segredo da vida! Eis a lição que quando bem apreendida e empregada, aproxima seu praticante cada vez mais, da iluminação espiritual.

Denise Castelo Nogueira

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