Jacques André Pezzani

Jacques André Pezzani (1818–1877) nasceu em Lyon, filho de Claude Pezzani e Marie Bernard. Casou-se com Jaqueline Pauline Virginie Merk, com quem formou família. Filósofo de primeira ordem, teve grande destaque intelectual em sua época. Foi premiado pela Académie des Sciences Morales por sua obra Les Principes Supérieurs de Morale [Os Princípios Superiores da Moral], e atuou como advogado da Corte Imperial de Lyon, além de escrever para jornais e revistas, sempre com erudição incomum.

Pezzani era também um pensador respeitado entre espíritas e espiritualistas. A Bibliothèque Nationale de France (BNF) conserva 47 obras de sua autoria. Allan Kardec, o Codificador da Doutrina Espírita, tinha nele um colaborador atento e consultor de confiança, recorrendo à sua sólida erudição linguística em passagens de O Evangelho Segundo o Espiritismo. É célebre a explicação de Pezzani sobre o verbo “odiar” em Lucas 14:26, mostrando que, no grego, no hebraico e no siríaco, o termo equivalia a “amar menos”, e não a hostilidade literal.

Segundo sua certidão de óbito, enviada pelos Archives Municipales de Lyon em 1999, Pezzani desencarnou em 17 de maio de 1877, às 11h30 da manhã, em sua residência na Rue Martin, nº 1, aos 58 anos de idade. O registro foi testemunhado por Alphonse Robin, negociante, 29 anos, solteiro, e Charles Malet, negociante, 40 anos.

A Revue Spirite noticiou sua desencarnação em duas ocasiões: Junho de 1877 (20º ano, nº 6, p. 200); janeiro de 1878 (21º ano, nº 1, p. 38).

Sua obra mais conhecida, La Pluralité des Existences de l’Ame [A Pluralidade das Existências da Alma], publicada em 1864 pela livraria Didier, em Paris, foi recebida como um marco pela comunidade espírita e espiritualista. Logo após seu lançamento, foi elogiada por periódicos como La Vérité – Journal du Spiritisme, dirigido por E. V. Edoux, em Lyon. Pezzani também colaborava sob os pseudônimos A.P., Philaléthès e Erdna.

A trajetória espiritual de Panzi revela-se como um fio luminoso que atravessa culturas, épocas e missões distintas. Na antiga China, ele encarnou como pintor, usando as cores e formas como instrumentos de evangelização, quando o Cristianismo ainda dava seus primeiros passos no Oriente. Por meio da arte, traduziu para aquela cultura os símbolos da fé nascente, antecipando em imagens a mensagem que os séculos posteriores fixariam em palavras. Agora, no Brasil, Panzi se manifesta de forma mais próxima e direta, oferecendo, por meio da psicografia, mensagens de consolo e fé raciocinada. Da arte na China, passando pela filosofia e pela moralidade na França, até a palavra consoladora na atualidade, sua trajetória evidencia a continuidade de uma mesma missão: ser mensageiro da verdade e da esperança, unindo beleza, razão e amor no serviço ao Evangelho de Jesus.

Referências em ABNT
1. PEZZANI, Jacques André. La pluralité des existences de l’âme. Paris: Didier, 1864.
2. PEZZANI, Jacques André. Les principes supérieurs de morale. Lyon: Académie des Sciences Morales, [s.d.].
3. REVUE SPIRITE. Décès d’André Pezzani. Revue Spirite, Paris, 20e année, n. 6, p. 200, juin 1877.
4. REVUE SPIRITE. André Pezzani. Revue Spirite, Paris, 21e année, n. 1, p. 38, jan. 1878.
5. ARCHIVES MUNICIPALES DE LYON. Certidão de óbito de Jacques André Pezzani, falecido em 17 mai. 1877, Lyon. Cópia expedida em S08 jul. 1999.

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