Glacus

A primeira encarnação de Glacus de que temos notícia ocorreu no ano de 45 da Era Cristã, quando nasceu na região de Corinto, na Grécia, nas cercanias de Peloponeso. No ano 70 da Era Cristã, aos 25 anos de idade, já formado em Ciências Médicas na Grécia, foi levado pelas autoridades romanas para Roma, passando então a ter dupla nacionalidade (greco-romana).

Dois anos depois estabeleceu-se como médico e passou a clinicar na região do Aquilino, próxima ao Coliseu, cuja construção já havia sido iniciada. Glacus Flamínius chamou a atenção de Tito Flávius Vespasiano, imperador de Roma na época, pelo modo como fazia seus tratamentos e receituários. Usava como medicação algumas infusões, além da imposição das mãos sobre os enfermos, atendendo aos pobres sem nada cobrar.

Essa conduta caridosa, além dos métodos não convencionais usados nos tratamentos, desgostava a classe médica romana, e consta que a mesma se mobilizou para “tirá-lo de circulação”. No final do ano 79, um médico, Quintus Veras, foi escolhido para pôr fim ao que chamavam de “anomalia”, patrocinando o extermínio do benfeitor dos menos favorecidos.

Assim desencarna Glacus Flamínius, precocemente, aos 34 anos de idade (40 anos antes do tempo previsto para esta sua reencarnação), sem ver um de seus sonhos realizados: a inauguração do Coliseu.

Há citações de reencarnação de Glacus como o médico de nome Garcez, na Espanha, nos primeiros decênios do século XIV. La Valeta era, em 1500, uma cidade portuária que recebia muitos estrangeiros – mouros, árabes e povos vindos de todas as partes –, época em que reinava o imperador Carlos V. Dentre os laços afetivos erigidos entre alguns médicos, destacava-se a amizade entre o Dr. Garcez e o Dr. Olviedo de Sarraceno (que foi Quintus Veras na encarnação do século I), agora seu assistente.

Nessa época, a Gália e a Península Ibérica foram assoladas por grandes pestes, e em 1531 o assistente Olviedo sucumbiu a elas ainda bem jovem, aos 31 anos de idade. Já possuidor de grandes conquistas espirituais, Garcez passou imune às epidemias. Logo após esses fatos, o Dr. Garcez foi convidado para exercer funções administrativas na corte de Carlos V, pelos relevantes e intensos trabalhos realizados com seu assistente no combate à peste.

No século XIX reencarnou em Florença, desempenhando tarefas administrativas na área das Ciências Sociais. Numa de suas várias viagens a trabalho, estando em Lion (França), conheceu pessoalmente Allan Kardec e Leon Denis e suas obras, tornando-se entusiasta cooperador da Ciência dos Espíritos.

Em outra encarnação, o valoroso Espírito viveu no Rio de Janeiro, como médico sanitarista, combatendo duramente a febre amarela. Não se tem notícia de seu nome nessa época.

No início do século XX, em reunião dos espíritos de alto escalão do plano espiritual, foi dada a Glacus, com o aval de Ismael (mentor espiritual do Brasil), a missão de orientar uma nova casa espírita. A notícia foi dada a Glacus pela Irmã Veneranda (citada no Livro Nosso Lar), pelos méritos, pela grandeza de trabalho e por ser um espírito agregador.

Numa madrugada de 1944, Glacus Flamínius se materializa no quarto do médium Ênio Wendling, seu antigo algoz em Roma (que em outras encarnações foi Quintus Veras e depois Dr. Olviedo de Sarraceno), e afirma: “Meu irmão, estamos a postos para caminharmos juntos. O Pai nos concedeu a oportunidade de iniciar outra tarefa, de usar a caneta para transmitir o que os necessitados anseiam”. Novamente juntos, Glacus e Ênio têm a oportunidade de trabalhar em favor dos mais necessitados.

Em 1975, após três décadas de intensa dedicação, o médium Ênio Wendling se desobriga das suas atividades no Grupo Scheilla e atende à intuição que recebera do Espírito Glacus Flamínius para a abertura de uma nova frente de trabalho e torna-se, no ano seguinte, cofundador da Fraternidade Espírita Irmão Glacus.

Consta que alguns outros médicos, que participaram do pacto infeliz na eliminação de Glacus Flamínius em Roma, estão atualmente junto ao seu Espírito na Fraternidade Espírita Irmão Glacus, na simbiose da tarefa espírita cristã. Também muitos de seus pacientes o acompanharam em outras reencarnações e estão na tarefa espírita no Brasil.

O Espírito Glacus é o mentor da Fraternidade Espírita Irmão Glacus, e todas as orientações de natureza mediúnica são exclusivamente dele. Como grande cultivador de amigos e parceiros, Glacus trabalha tendo ao seu lado uma grande equipe de Espíritos, entre eles Scheilla, José Grosso, Palminha, Erick Wagner, Joseph Gleber, Meimei, Irmão Clarêncio e muitos outros. Irmão Glacus, como também é chamado na Feig, conta também com equipes de encarnados para a materialização do trabalho no campo material.  

Deixamos aqui nossa profunda admiração e agradecimento por esse Espírito, mentor da Fraternidade Espírita Irmão Glacus, que tem suas portas abertas nos 365 dias do ano e com quem temos o privilégio de conviver e que trabalha com todos, encarnados e desencarnados, com muito carinho, paciência e respeito.

Referências bibliográficas: Jornal Evangelho e Ação, fevereiro de 2007 e abril de 2008.  Livro Ênio Wendling – “Pela vereda mediúnica”.

Glacus à direita e Kalimerium ao fundo ( Psicopictografia pela médium Marilusa Vasconcellos)