Sobre o falar
[…] Pois a boca fala do que está cheio o coração. Jesus em Mateus 12:34.
A linguagem humana é singular, posto que nos permite consumir, armazenar e comunicar uma quantidade extraordinária de informação sobre o mundo à nossa volta. Estas características foram fundamentais para o avançar do Homem ao longo da história. A voz é um dos meios de comunicação do indivíduo com o exterior, forma importante de contato com seus semelhantes, estando diretamente influenciada pelo estado emocional do indivíduo, ou seja, quando estamos contentes e seguros temos um tom de voz diferente de quando estamos tristes, ansiosos ou nervosos.
Como espíritos em caminho evolutivo, sob o roteiro do Mestre Jesus, é fundamental observarmos como falamos, do que falamos e em que tom nos expressamos, pois, a palavra, em si, é neutra, mas está sempre sujeita à intenção de quem a pronuncia: harmonizar ou degradar. É força poderosa porque plasma as ideias transmitidas pelo pensamento. Falando sobre a saúde física e mental, em página ditada ao Chico Xavier, o espírito Joaquim Murtinho, ex-senador do Brasil, diz: “Se o homem compreendesse que a saúde do corpo é o reflexo da harmonia espiritual…
A palavra agradável que proferimos ou recebemos, as manifestações de simpatia, as atitudes fraternais e a compreensão sempre disposta a auxiliar, constituem recursos medicamentosos dos mais eficientes, porque a saúde, na essência, é harmonia de vibrações.” Lembremo-nos irmãos que a pedagogia espírita é baseada no amor e devemos estar atentos ao nosso falar, pois a palavra pode ser arma de destruição, de desalento ou bálsamo para dores e estímulo para vidas. Nesse sentido, Emmanuel nos esclarece na obra Agora é o Tempo, psicografia de Chico Xavier: “Decerto, tens o direito de discordar, de repelir cortesmente essa ou aquela opinião, de divergir de alheios pontos de vista, de seguir em caminhos diferentes daqueles que se te proponha. Em qualquer circunstância, porém, não te esqueças de que os opositores são filhos de Deus tanto quanto nós, sempre credores de nosso respeito e consideração.”
No caminho de nossa evolução, passando pela esquina do autoconhecimento, uma boa sugestão é cuidar da forma como ouvimos o próximo, aquele que pensa igual, mas também o que pensa diferente, respondendo a todos com respeito, sem semear discórdias, calando, se necessário, para não ferir ou ofender. Desta maneira, vigiando, orando e trabalhando na doma do orgulho e da vaidade estaremos no caminho da paz interior.
Letícia Schettino