Cairbar de Souza Schutel
Cairbar de Souza Schutel nasceu em 22 de setembro de 1868 na cidade do Rio de Janeiro, filho do negociante Anthero de Souza Schutel e de Rita Tavares Schutel. Ficou órfão de pai e mãe aos dez anos de idade e foi criado pelo avô, Henrique Schutel, que matriculou o menino no Imperial Colégio de Pedro II.
No educandário, estudou até o segundo ano do Ensino Médio e, logo que atingiu a maioridade, mudou-se da casa do avô e se tornou independente, trabalhando como prático de farmácia (semelhante ao farmacêutico, mas curso superior para tal).
Aos 17 anos de idade, Cairbar Schutel já era um bom prático de farmácia quando decidiu mudar-se do Rio de Janeiro para o Estado de São Paulo. Fixou-se, primeiramente, na cidade de Piracicaba, onde dirigiu a Farmácia Neves, e, posteriormente, em Araraquara e Matão.
Naquela época, a vila de Matão contava com poucas centenas de habitantes e tinha características mais próximas da ruralidade. Lutando para que a cidade se emancipasse do município de Araraquara, Cairbar contribuiu de modo decisivo para que Matão subisse à categoria de Município, tendo sido o primeiro Presidente de sua Câmara Municipal (1889). Ele ficou conhecido na política pela sua competência e, com seus próprios recursos, construiu o prédio para a instalação da Câmara Municipal.
A inserção no conhecimento espírita foi por meio de um amigo, Manuel Pereira do Prado – mais conhecido por Manuel Calixto, cujo pai era espírita. Procurado por Cairbar, o pai de Manuel lhe relatou que havia dois anos que não fazia mais sessões espíritas, pois ali só se comunicavam espíritos atrasados, que pediam missas, e os pedidos eram tantos que ele tinha que arrumar dinheiro para encomendar as missas.
Intrigado com a opinião do velho Calixto, ele pediu para que pudesse assistir a um trabalho mediúnico, no qual Calixto recebeu uma mensagem de elevado cunho espiritual, o que sensibilizou Cairbar.
Tempos depois, Schutel teve o afloramento de suas faculdades mediúnicas, sobressaindo a da psicografia, por meio da qual o pai se manifestou, provando a sua sobrevivência. Ele, então, resolveu aprofundar-se no conhecimento doutrinário, estudando as Obras Básicas de Allan Kardec e todas as outras publicadas em português.
Cairbar fundou, no dia 15 de julho de 1905, o Centro Espírita Amantes da Pobreza, o primeiro em toda aquela zona paulista. Em 15 de agosto de 1905, fundou o Jornal “O Clarim” e, no dia 15 de fevereiro de 1925, de colaboração com Luís Carlos de Oliveira Borges, que lhe garantiu os meios materiais, lançava a “Revista Internacional do Espiritismo”.
Casou-se, em Itápolis, com Maria Elvira da Silva (Mariquinhas) e dessa união não houve filhos, tendo a consorte precedido o velho Schutel na vida de além túmulo. Cairbar ficou conhecido como “Médico dos pobres” e “Pai da Pobreza de Matão”, pois, receitava e dava gratuitamente os remédios. Sua residência tornou-se numa espécie de “Casa dos Pobres”. O sentimento de amor ao próximo teve nele um modelo digno de ser imitado. Atos de desprendimento e de renúncia eram coisas comuns para ele.
Cercado da consideração de seus familiares e de numerosos espíritas, Cairbar Schutel desencarnou na cidade de Matão-SP, às 16h15 do dia 30 de janeiro de 1938. Na lápide onde seu corpo foi sepultado está gravada a célebre frase: “Vivi, vivo e viverei, porque sou imortal”. Ele é conhecido nos meios espíritas como o “Apóstolo de Matão”, e o Espiritismo teve nele zeloso e esforçado propagador. Sua memória é cultivada com carinho e admiração.
Cairbar Schutel é mentor de uma das Equipes de Visita aos Lares da Feig.
Fonte: https://www.uemmg.org.br/biografias/cairbar-schutel