Rafael Américo Ranieri
Rafael Américo Ranieri nasceu em 11 de outubro de 1919, na cidade de Belo Horizonte-MG. Filho de Domingos Antônio Ranieri e Beatrice Fioravante Ranieri. Casou-se com Arlete Meirelles em 10 de janeiro de 1942, e com ela teve 3 filhos: Gloria Elizabeth Ranieri, Arus Ranieri e Kratus Ranieri.
Até 1948, Ranieri residiu em Belo Horizonte, onde deu-se de fato sua iniciação espírita. Teve longo convívio com Francisco Cândido Xavier e amealhou com este farto material como subsídio de sua futura jornada mediúnica. Chico transmitiu-lhe segurança e, com isso, ao par com Jair soares, exultou-se diante das crescentes responsabilidades que os Espíritos Mentores lhe reservavam. Como o “Movimento” nascente estava revestido de maior abrangência, o comando do próprio destino escapou-lhe às mãos: ainda em 1948, na época das constantes e intensas materializações luminosas e outro fenômenos ectoplásmicos que encantaram o Brasil, ei-lo transferindo moradia para a cidade do Rio de Janeiro. Lá conviveu com Francisco Peixoto Lins ou Peixotinho, talvez o maior médium de efeitos físicos que o Brasil conheceu.
Tão rapidamente integrou-se às atividades do Centro Espírita André Luiz, que neste mesmo ano foi investido no cargo de presidente da Instituição. A partir de 1949, em estado de êxtase e certamente sob influência da Espiritualidade Superior, multiplicava-se para atender com a sua presença, em variados agrupamentos entusiasmados com o ideal de, através da união voluntária, reviver o Cristianismo Primitivo.
Foi escritor e jornalista, com aproximadamente 37 livros espiritas escritos com orientação mediúnica. Destacam em sua bibliografia obras como: Forças Libertadoras,
Materializações Luminosas, Recordações de Chico Xavier, O Abismo, O Sexo Além da Morte, Jerusalém Libertada, Aglon e os Espíritos do Mar, João Vermelho no Mundo dos Espíritos, O Palácio Encantado da Mediunidade e o Castelo do Ego. Nunca recebeu direitos autorais de nenhum livro, tendo sempre doado estes direitos para instituições de caridade. Formou com mais 4 amigos, entre eles Francisco Candido Xavier, um grupo cujo objetivo era difundir o espiritismo no Brasil. Sobre o Chico escreveu 5 livros. Foi Presidente e depois Vice-Presidente do Jornal Espírita Brasileiro, jornal com grande circulação em todo o Brasil.
Em Guaratinguetá foi um dos fundadores do Grupo da Fraternidade no Campo do Galvão com o objetivo de ajudar famílias carentes, tratamento de doentes mentais e treinamento de menores para facilitar a sua colocação no mercado de trabalho.
Em 1956, quando operava como delegado de polícia em São João da Boa Vista, juntamente com Welson Barbosa e outros, fundou o Grupo da fraternidade Joseph Gleber e, em Águas da Prata, o grupo da fraternidade José
Grosso, aliás em datas quase coincidentes.
Não teve como se furtar ao assédio da política e acabou prefeito de Guaratinguetá e sua presença ficou marcada por um paradigma: o social como meta política! Entre suas principais obras como Prefeito daquela cidade destacam-se: AME (pronto socorro municipal), Merenda Escolar, Guarda Mirim, termino da Estação Rodoviária que havia sido iniciado pelo Prefeito anterior, Mercado Municipal, SAAEG (Serviço de Águas e Esgotos de Guaratinguetá), CODESG (Companhia de Desenvolvimento de Guaratinguetá), reforma e instalação do matadouro municipal, criação do Horto Florestal para mudas em trabalhos de reflorestamento onde foram plantadas mais de 1 (um) milhão de árvores. Também fundou a Escola de Enfermagem e a Fundação Laudo Natel de Ensino com 14 cursos de nível superior, que seria totalmente gratuita e sem fins lucrativos.
Em sua administração foram instaladas redes de agua e ampliação e construção de estação de tratamento, redes de esgoto, reservatórios de agua do Alto das Almas, Jardim Nova Era, Potim e outros, poços artesianos, construção de casas populares e do clube de Kart para competição no recinto da Agropecuária. Inovador, sob sua administração Guaratinguetá colocou o primeiro asfalto e a cidade ganhou praças e iluminação com luz de mercúrio nunca antes vista pelos guaratinguetaenses. Foi incentivador e praticamente criador do grande carnaval de Guaratinguetá, que ficou conhecido como o melhor carnaval em todo o interior do Estado de São Paulo, sob a justificativa de que o povo mais pobre só tinha essa época para esquecer de seus problemas.
Auxíliou a milhares de pessoas carentes, em alimentação, tratamento médico e doenças mentais, sempre preocupado com os mais necessitados.
E foi acolhendo em seu lar 37 crianças abandonadas, que Rafael Ranieri veio a desencarnar em 28 de maio de 1989, na cidade de Guaratinguetá-SP.
Referências:
Arus Ranieri (arusranieri@gmail.com)
Movimento da Fraternidade – autor: Célio Allan Kardec de Oliveira
Gratus Servo
https://correio.news/bau-de-memorias/meu-convivio-com-ranieri-e-joao-cabete