Realizações materiais e as conquistas espirituais
Nosso talento pode ser definido como a nossa “inclinação, desejo de fazer, de conquistar”. Se temos uma aptidão para uma certa atividade, é natural que busquemos desenvolvê- -la aprimorando nossa qualificação, visando bons resultados e satisfação, pois, socialmente, nos destacamos pelo resultado de nosso trabalho, mas também por nossas atitudes ao desempenhá-lo. Cortesia, empatia, tolerância, autoconfiança, objetividade e ponderação são sempre atitudes que nos fortalecem no caminho de aprendizagem, cooperação e serviço.
Pensando assim, podemos concluir que não há qualquer contradição entre buscar a realização profissional, o conforto material e colaborar no serviço divino da evolução, conquistando valores espirituais.
Quando refletimos sobre quais são as características do nosso comportamento que precisam ser desenvolvidas ou mantidas e quais são as que precisamos transformar, podemos nos concentrar no aprimoramento dos nossos pontos fortes e monitorar nossas limitações em todos os campos da existência. É sempre bom lembrar que o autoconhecimento é exercício de amadurecimento, sendo benéfico para nossa caminhada moral e espiritual, bem como para o desenvolvimento de nosso orbe.
No capítulo XVIII, item 2, da obra A Gênese, de Allan Kardec, encontramos a seguinte afirmação sobre como se efetua o progresso do nosso planeta: “fisicamente pela transformação dos elementos que o compõem, e moralmente pela purificação dos espíritos encarnados e desencarnados que o povoam. Essas duas fases do progresso se seguem e caminham paralelamente, pois a perfeição da morada está relacionada com a perfeição do habitante”.
Falando sobre aperfeiçoamento de espíritos, observemos caridosamente que cada individualidade tem o seu próprio dinamismo, características de comportamento, mas todos temos potencial de desenvolvimento. Reflitamos que nem sempre alcançaremos o que queremos no momento em que desejamos, mas, na maioria das vezes, por bondade e justiça divinas, obteremos aquilo de que necessitamos para seguir em frente com leveza.
O Espírito Emmanuel, na lição 57 da obra Pão Nosso, de Chico Xavier, nos instrui sobre o trabalho material: “O trabalho digno é a oportunidade santa. Dentro dos círculos do serviço, a atitude assumida pelo homem honrar-lhe-á ou desonrar-lhe-á a personalidade eterna, perante Jesus Cristo”. O mesmo autor espiritual, na lição seguinte desta obra, conclui: “Tenhamos cuidado contra as tristezas e sombras esterilizadoras. Má-vontade, queixas, insatisfação, leviandades, não integram o quadro dos trabalhos que o Senhor espera de nossas atividades no mundo. Mobilizemos nossos recursos com otimismo e não nos esqueçamos de que o Pai ama o filho que contribui com alegria”.
Vamos trabalhar nossas características, desenvolver potencialidades, vigiar nossas limitações e renovar atitudes. Dessa forma, é possível sucesso nas atividades do mundo e, principalmente, experimentar a satisfação verdadeira de ascender espiritualmente rumo ao Pai.
Letícia Schettino Peixoto