Nosso esforço
“[…] o milagre da perfeição é obra de esforço, conhecimento, disciplina, elevação, serviço e aprimoramento no templo do próprio eu” – Emmanuel
Muito proveitosa a leitura da obra Agenda Cristã, pelo espírito de André Luiz. A introdução deste livro coube ao espírito Emmanuel, que nos informa saber que legiões de companheiros encarnados procuram a espiritualidade amiga em busca de diretrizes, preocupados em traçar caminhos exteriores. “Anseiam receber do plano espiritual sugestões diretas que os elevem às culminâncias da vitória fácil.” Entretanto, conclui o benfeitor, “indivíduo algum fugirá à experiência, cuja função é ensinar e melhorar sempre. Em tece de semelhante realidade, qualquer orientação sem base na harmonia Íntima não passará de simples jogo de palavras…”
Devemos nos comunicar com Deus e com os espíritos amigos sempre. Temos na prece poderoso instrumento de reflexão, de demonstração de humildade, de louvor, de agradecimento e de fé. Quando nos deparamos nos nossos caminhos com dores, sofrimentos, angústias, medo, devemos continuar a orar. A prece é luz e orientação em nossos próprios pensamentos, sempre será ouvida, contudo a Providência sabe, melhor do que nós, o que é ou será benéfico. Muitas das vezes, no roteiro de um espírito, o sofrimento por que passa é ou será útil à sua felicidade futura.
Uma coisa é certa, Deus concede sempre aos que rogam com confiança paciência e a resignação para enfrentar as expiações ou provas. Por meio da prece, permite o Criador que os espíritos bons nos intuam, para que tenhamos ideais e iniciativas que nos libertem das dificuldades. Ele assiste os que se ajudam a si mesmos, conforme esta máxima: “Ajuda-te, que o Céu te ajudará”. Na referida obra de André Luiz, encontramos, no capítulo 10, indicações preciosas sobre como se comportar nos Momentos Graves.
Antes mesmo de fazer-nos tais indicações, o espírito amigo, em capítulos anteriores, nos mostra um crescente de ideias e esclarecimentos, com base no Evangelho de Jesus, que reforçam o necessário esforço próprio, o aprimoramento de sentimentos e atitudes, “para que não estejamos recebendo, em vão, as bênçãos do Senhor”.
Começa André Luiz, nos falando dos Imperativos Cristãos, e dentre os vários mencionados, encabeça a lista, a necessidade de aprender com humildade e ensinar praticando. Na sequência, cita os Princípios Redentores, aqueles que chegaram a Terra com o Cristo, mas que ainda temos dificuldades de aplicar no nosso cotidiano: desejar o bem do outro, respeitar as diferenças e os diferentes, evitar confrontos, reparar os próprios defeitos, antes de apontar as falhas dos demais.
Enfatiza a importância de cultivar a simplicidade, de valorizar o tempo, não se afligindo, por que cada dia tem suas obrigações. Conclui este tópico afirmando “Seja alegre, justo e agradecido. Jamais imponha seus pontos de vista. Lembre-se de que o mundo não foi feito apenas para você”.
Segue André, destacando como Privilégios Cristãos, digo eu, dos verdadeiros seguidores do Cristo, a conquista de si mesmo, a renúncia em favor dos outros, o entendimento de que podemos retirar benefícios eternos de perdas temporárias. A Favor de Nós Mesmos indica o Espírito interpretar o adversário como portador de equilíbrio, pois “se precisamos de amigos que nos estimulem, necessitamos igualmente de alguém que indique os nossos erros.” Prescreve, ainda, alguns Medicamentos Evangélicos tais como jamais se desesperar, meditar mais, servir hoje esperando o amanhã e em Nosso Benefício desculpar o desertor, uma vez que ele é fraco e mais tarde terá que voltar à lição.
Solicita que Sejamos Fraternos, orando pelos que jamais encontram tempo ou recursos para serem úteis a alguém e também pelo Irmãos em Perigo: “Os que reconhecem a grandeza das verdades divinas, mas que jamais dispõem de tempo para cultivá-las, em favor da própria iluminação.” A respeito de nossas Conversações, nos instrui André Luiz que uma boa palavra auxilia sempre, mas que o mal não merece comentário em tempo algum. Finalmente, após descrever com clareza e riqueza de exemplos tantos pontos para o trabalho de reforma íntima e aprimoramento de nossas condutas, ele, parecendo nos considerar aptos a lidar com os Momentos Difíceis, indica: calma na luta, paciência nas deliberações, pois, por desígnios superiores, as circunstancias estão sempre mudando.
Conclui dizendo que não há razão para qualquer desespero, pois o tempo não passa em vão e que o reerguimento é a melhor medida para aquele que cai. Que sejamos comedidos nas resoluções e atitudes, pois nos instantes graves, nossa realidade espiritual é mais visível. Caríssimos irmãos, sigamos desejando ardentemente o bem e a renovação da humanidade, mas não nos esqueçamos de combater nos nossos lares, comunidades, cidades e países o bom combate, trabalhando e servindo, para que cheguem até nós as realizações de paz e cura que tanto demandamos.
Letícia Schettino Peixoto
• XAVIER, Francisco Cândido. Agenda Crista, André Luiz.
• XAVIER, Francisco Cândido. Segue-me, Espírito Emmanuel. Capítulo Ação e prece.