Renovando a esperança
Estamos vivenciando um momento conturbado em nosso orbe terrestre. Diríamos que estamos atravessando a noite escura dos valores morais. Há tempos não precisamos mais abrir um jornal ou ligar a TV para vislumbrarmos cenas de violência, conflitos de toda ordem, contendas inúteis que refletem o egoísmo, o orgulho, a indiferença e o desamor. Esse cenário no qual estamos imersos tem nos causado, muitas vezes, uma sensação de profunda exaustão energética. Sintomas como cansaço, indisposição, desânimo, incredibilidade no ser humano, visão pessimista do mundo e da existência como se a esperança “a última que morre” tivesse realmente ido embora definitivamente…
Joanna de Ângelis, no livro “Encontro com a paz e a saúde”, psicografado por Divaldo Franco faz toda uma análise do comportamento humano nos dias atuais e chega à conclusão de que as criaturas parecem anestesiadas pelo sofrimento, havendo perdido o rumo e a confiança num futuro melhor. De acordo com a benfeitora “como a sociedade está enferma e por sua vez influi no comportamento individual este por sua vez é aglutinador do grupo social interdependendo-se mutuamente em incessante fluxo de energias. Embora as soluções devam ser propostas pelos grupamentos, será no indivíduo que se devem trabalhar as bases do ajustamento, das diretrizes do reequilíbrio, os valores éticos em benefício da sua saúde emocional, psíquica e moral(…) de modo a recuperar a saúde geral e salvar o planeta que padece a alucinação de seus habitantes”.
Embora a paisagem seja sombria e desconsertante, com as trocas fluídicas nos influenciando de forma integral, temos urgência em melhorar nossas emanações individuais para influenciarmos o meio em que vivemos com um facho de luz da esperança de modo a torná-lo mais ameno, mais dignificante. Primeiramente é necessário compreender que a terra está passando por esses reajustes para se chegar à regeneração. Os desastres, infortúnios, calamidades diversas fazem parte da transição e nos trazem a oportunidade de servir mais, tornando-nos mais fortes, optando por viver de forma mais cooperativa ajustando também dentro de cada um de nós os valores morais necessários para ter equilíbrio suficiente para superação dos desafios e sabedoria para viver neste contexto.
Nossa querida mentora Meimei, através da mensagem psicofônica na Reunião de Convívio Espiritual do dia 16/06/2019, nos presenteia com algumas diretrizes importantes para mudarmos o nosso comportamento quando as dificuldades surgirem. Orienta-nos a manter a calma, a paciência em Jesus por meio da prece, do esforço para se tornar uma pessoa melhor a cada dia. Convida-nos a desenvolver mais tolerância com o nosso próximo principalmente quando não concordamos com a opinião dele silenciando para evitar conflitos e respeitando sempre. Ressalta ainda que não nos preocupemos tanto com os erros alheios e sim com os próprios erros refletindo sempre ao final de cada dia como nos ensinou Santo Agostinho avaliando nossas ações acerca do que fizemos e o que poderíamos ter feito de maneira diferente.
A espiritualidade sempre tão cuidadosa com todos nós tem pedido muito para renovarmos a esperança em nossos corações. Não uma esperança passiva, apenas acreditando que dias melhores virão e que a paz e o amor irão reinar, mas esperar servindo, orando, amando e instruindo. Esperar servindo é esperar com as mãos ocupadas no trabalho ajudando o nosso próximo na escola da caridade, porque as boas ações fortalecem nosso espírito e transformam a realidade. Devemos também esperar orando. Muitas vezes nos desequilibramos e não conseguimos tampouco fazer uma prece. Daí a necessidade de vigilância constante. Perceber a importância de se realizar o culto cristão no lar para renovar a esperança na vida, na família, no ser humano, para melhorar a convivência, para harmonizar o ambiente. Esperar orando é também colocar o coração em oração em qualquer tempo e lugar para sentirmos amparados e confortados com o amor de Jesus. É elevar nosso pensamento seja para agradecer ou rogar força e sabedoria para vencer os momentos difíceis do caminho. É convidar Jesus para fazer parte da nossa rotina.
“Amai-vos e instruí-vos” eis a essência da Doutrina Espírita, frase encontrada no Capítulo VI (O Cristo Consolador) de O Evangelho Segundo o Espiritismo. Esperar amando e instruindo é estudar e vivenciar o evangelho fazendo-nos solidários e misericordiosos com o nosso semelhante e também conosco. Esperar amando diz respeito a um amor incondicional. Esperar instruindo é não perder de vista o estudo das obras básicas do Espiritismo que estão consubstanciadas em: O livro dos Espíritos, O Evangelho Segundo o Espiritismo, O Céu e o Inferno e A Gênese, assim como a vasta literatura espírita que descortina um universo de possibilidades de novos conhecimentos auxiliando-nos na compreensão da vida permitindo que aprofundemos em diversos temas propiciando o autoconhecimento necessário para avaliarmos se nossas ações estão realmente condizentes com os ensinamentos do Cristo permitindo os reajustes necessários para aperfeiçoarmos sempre, objetivo maior de estarmos reencarnados.
Enfim, o convite é para hoje. Renovemos a esperança em nossos corações. Esperança de dias melhores, de sermos melhores “melhores no amor, melhores na dor, melhores em tudo”, como diz uma canção… E se por ventura o sentimento de medo, tristeza ou desânimo chegar e nos convidar ao repouso ou à imobilização não deixemos que a esperança esmoreça em nós. Continuemos esperando servindo, orando, amando e instruindo com perseverança apesar de tudo. Nunca parar, pois Cristo segue à nossa frente.
Adriana Souza