Campo da Paz
Em conversa fraterna no Posto de Socorro, Cecília contou a André Luiz e Vicente um pouco sobre a história e a vida na colônia “Campo da Paz”: “A história da fundação é interessante. Alguns benfeitores, reconhecidos a Jesus, resolveram organizar, em nome dele, uma colônia em plena região inferior, que funcionasse como instituto de socorro imediato aos que são surpreendidos na Crosta com a morte física, em estado de ignorância ou de culpas dolorosas. O projeto mereceu a bênção do Senhor e o núcleo se criou, há mais de dois séculos. Nem todos os Espíritos envolvidos, no entanto, estimam o serviço nesse órgão de assistência constante. A maioria dos missionários vitoriosos, ao se ausentarem da Terra, necessitamES refazer energias, por direito natural do trabalhador fiel, e os mentores de nobre posição hierárquica têm seus programas de serviços, que não devem quebrar, em obediência aos desígnios do Senhor. Desse modo, nosso serviço é ativo, mas nossas aquisições são lentas e devemos sempre esperar por cooperadores que se eduquem na própria colônia, em benefício geral. Ganha-se excelente compensação, temos direito a grandes valores intercessórios, mas, por isso mesmo, nossas responsabilidades não são pequenas. Conhecendo a utilidade dos que servem em nossa colônia, não passamos nunca sem instrutores abnegados, que procedem da zona superior, alentando-nos o bom ânimo. O que pedimos, com fundamentação legítima, nunca é negado; e, se tarda o recurso, beneméritos orientadores de nossas atividades prestam explicações que nos libertam de qualquer angústia na espera. Por isso, nosso grupo está sempre coeso e muitos preferem adiar certas realizações sublimes, para permanecer ao lado de companheiros antigos, aos quais se unem com desvelado amor.” [1]
Como vimos, a colônia nasceu de um dos sentimentos mais nobres, oriundo de corações agradecidos ao Cristo: a gratidão. Ser grato é reconhecer e valorizar a ação de alguém que nos concedeu um favor, um auxílio ou um benefício de qualquer natureza. Além disso, a gratidão sincera nos estimula a fazer pelo próximo aquilo que outra pessoa fez por nós. Não reside aí a egra áurea da convivência e um dos mais importantes ensinamentos do Mestre Jesus? “Portanto, tudo o que vós quereis que os homens vos façam, fazei-lho também vós a eles; porque esta é a lei e os profetas.”[2]
Aprendemos que “Campo da Paz” localiza se nas zonas inferiores do Umbral, mais próxima da crosta terrestre do que “Nosso Lar”. Sua missão é acolher e prestar assistência aos recém-desencarnados em situação de culpa e ignorância. Os trabalhadores da colônia se especializaram no serviço de amparo a espíritos obsessores. Obviamente, trata-se de atividade árdua, porém muito recompensadora e reconfortante. Há muito mérito para aqueles que conseguem, com paciência e energia, resgatar nossos irmãos infelizes das trevas espirituais em que se emaranham.
Conforme informado por Cecília, não obstante os espíritos mais evoluídos se encontrarem vinculados à tarefas de grande importância, “Campo da Paz” jamais esteve sem o amparo de seus mentores, os quais, procedendo das zonas mais elevadas, estimulam o bom ânimo dos seareiros e atendem seus pedidos justos.
Relevante frisar que os novos cooperadores são formados na própria colônia, onde recebem orientações e treinamentos específicos. Muitos deles são espíritos que lá chegaram padecendo graves distúrbios espirituais, como o pai de Cecília. Posteriormente, a família se uniu ao Sr. Bacelar, como narrado pela jovem: “Meu pai, há mais de cinquenta anos, foi socorrido pelos benfeitores de “Campo da Paz” e, restabelecida a saúde espiritual, fixou-se na colônia, com razoável impulso de amizade e gratidão. Mais tarde, minha mãe reuniu-se a ele e, faz precisamente vinte anos, Aldonina e eu fomos atraídas amorosamente por ambos, a fim de continuarmos, ali, no santuário familiar. Desse modo, trabalhamos ao lado deles, desde a primeira hora.” [1]
André Luiz ficou encantado com aquele resumo de lições enobrecedoras sobre sacrifício, merecimento, compromisso fraterno e a solidariedade compensadora. “Campo da Paz”, “Nosso Lar”, “Alvorada Nova”, “Novos Horizontes” e tantas outras colônias espirituais representam o esforço e o carinho que os amigos espirituais têm para conosco, laborando em nome do Cristo de Deus para nos auxiliar em nossa longa jornada de redenção.
Valdir Pedrosa
[1] Os Mensageiros – Pelo Espírito André Luiz, psicografado por Francisco Cândido Xavier – capítulo 29 (Notícias interessantes).
[2] Evangelho Segundo Mateus 7:12.