A visão dos espíritos sobre a arte
No livro O Consolador, psicografado por Chico Xavier, Emmanuel traz uma definição espiritual sobre as artes ao abordar o tema. Ele diz: “a arte pura é a mais elevada contemplação espiritual por parte das criaturas. Ela significa a mais profunda exteriorização do ideal, a divina manifestação desse ‘mais além’ que polariza a esperança humana. Artista verdadeiro é sempre o ‘médium’ das belezas eternas e o seu trabalho, em todos os tempos, foi tanger as cordas mais vibráteis do sentimento humano, alçando-o da Terra para o infinito e abrindo, em todos os caminhos, a ânsia dos corações para Deus, nas suas manifestações supremas de beleza, de sabedoria, de paz e amor”. Na resposta da questão 161 de O Consolador, Emmanuel explica a relação entre a arte e o que ele chamou de contemplação espiritual. Contemplar, segundo ele, significa abrir-se receptivamente para a experiência que gerou a contemplação, a tal ponto que a experiência absorva completamente o indivíduo que está a contemplar. Esse ato exige que voltemos a nós mesmos de maneira profunda e intensa, e compará-la a um ato de meditação íntima e única é a melhor forma de entendê-la.
No livro Nos domínios da mediunidade, psicografado por Chico Xavier, André Luiz também fala sobre esse tema. Segundo a visão espiritual trazida por ele, a arte é a mediunidade do belo, em cujas realizações encontramos as sublimes visões do futuro que nos é reservado. O belo é um conceito definidor de padrões de estética, não sendo muitas vezes definido pelo gosto particular. A arte então seria uma maneira de se expressar a beleza, na tentativa de se trazer aspectos divinos para as nossas vidas, através da busca infinita da conexão do homem com Deus. Ao vislumbrarmos as infinitas possibilidades que podemos encontrar, porque somos criações divinas, mais esperança nutre os nossos corações e os corações de todos aqueles com que compartilhamos uma arte, independente dela ser de nossa própria autoria ou não. A arte muda e sempre mudará o mundo. A revolução que as artes causam à humanidade começam em um ato muito silencioso, íntimo, um momento único entre a arte e o ser que a contempla. Toda arte vem com esse direcionamento, tocar corações de forma única. A maneira como reagimos a uma manifestação artística pode nos dizer muito mais sobre nossos próprios aspectos individuais, nosso mundo íntimo, do que propriamente condizer com a ideia original expressa da concepção artística apresentada. Contemple. Contemple o belo. Contemple as artes. Eleve-se. Mais perto estarás de uma conexão mais profunda com Deus, rumo à fixação de uma felicidade e paz necessárias ao seu processo de redenção.
Denise Castelo Nogueira
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