Honrar Pai e Mãe

O Espiritismo, com sua missão de Consolador Prometido, por meio do Espírito Verdade, vem para relembrar a humanidade da importância do amor e da caridade ao próximo, ensinada por Cristo, mas muitas vezes esquecidos por nós. A Doutrina nos explica que a recompensa por honrar pai e mãe é, na verdade, a promessa de vivermos em um mundo melhor.
No livro Leis Morais da Vida, no Capítulo 17, intitulado “Deveres dos Filhos”, psicografado pelo médium Divaldo Franco, Joanna de Ângelis elucida sobre o tema. A mentora lembra-nos o quão difícil é mensurar o valor devido de um filho para com seus pais: “Toda a gratidão sequer retribuirá a fortuna da oportunidade fruída através do renascimento carnal. O carinho e respeito contínuos não representarão oferenda compatível com a amorosa assistência recebida desde antes do berço. A delicadeza e a afeição não corresponderão à grandeza dos gestos de sacrifício e da abnegação demoradamente recebidos. Os filhos têm deveres intransferíveis para com os pais, instrumentos de Deus para o trâmite da experiência carnal, mediante a qual o Espírito adquire patrimônios superiores, resgata insucessos e comprometimentos perturbadores.”
Reencarnamos no ambiente familiar em que estamos, não por acaso, mas sim, para que a reconciliação possa ocorrer. Porém, não são poucos os que falham nessa missão reconciliadora, portanto, imprescindível para se lograr sucesso é o empenho através da boa vontade na própria reforma íntima. Joanna de Ângelis ainda no mesmo capítulo da obra citada nos esclarece também sobre a negligência dos pais: “Existem genitores que apenas procriam, fugindo à responsabilidade. Não compete, porém, aos filhos julgá-los com severidade, desde que não são dotados da necessária lucidez e correção para esse fim. Se fracassaram no sagrado ministério, não se furtarão à consciência, em forma da presença da culpa neles gravada.” Essa é a chamada piedade filial, encontrada no Evangelho Segundo o Espiritismo, que significa que cabe aos filhos honrar seus pais, sempre.
A Doutrina Espírita nos elucida sobre o processo de aceitação, o qual devemos buscar compreender, e dentro dele aprender a reconhecê-lo como benéfico e essencial, abraçando o que nos cabe: a nossa reforma íntima. Quando entendemos que ao reconhecer nossos direitos, também devemos reconhecer nossos deveres, começamos a compreender a capacidade relevante das nossas ações e da nossa presença, que podem alterar tudo ao nosso redor. E essa compreensão de “auto-capacidade”, nos leva a enxergar nossas responsabilidades diante do bem-estar dos outros. Nossa parentela carnal segue conosco por breves momentos aqui na Terra. Um suspiro na eternidade! Livre-arbítrio significa livre escolha. Honre seu livre-arbítrio fazendo boas escolhas. Ame-se e assim amará o próximo.

Denise Castelo Nogueira

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