Velhos Hábitos
Falar sobre velhos hábitos é relembrar o “homem velho”, aquele que emerge através dos nossos vícios morais, do nosso orgulho, da nossa vaidade, do nosso egoísmo.
Vivemos em um círculo vicioso, acalentando antigos hábitos, procurando a cada reencarnação esquecer nosso passado culposo, para logo depois voltarmos à pátria espiritual desiludidos e nos depararmos com nossa própria realidade de espíritos ainda muito imperfeitos. Assim, seguimos século após século, experienciando situações que pouco nos elevam e despendendo tempo precioso da nossa caminhada.¹
O “homem velho”, o dos velhos hábitos, formado nas paisagens nobres, mas inferiores da vida, esse, meus amigos, preferirá sempre o touro que rime com o ouro. Antes de Cristo desejará o cristal e às cruzes preferirá os cruzeiros.² O tempo, porém, é o remédio bendito. Cada qual terá que, ao seu toque, se renovar, renovando os costumes.
Lembremo-nos que renovar as ideias, as atitudes, é renovar a vida. Deixemos de lado a justiça vingativa, na qual apenas buscamos punição. Reformemos o amor egoísta, aquele de quem só ama se for amado, de quem só busca a própria satisfação entre fantasias.
Nosso Mestre Jesus Cristo segue nos convidando a uma vida nova, adotando os hábitos da bondade e do entendimento como práticas comuns e do amor verdadeiro como lei maior.
Um novo ano se inicia e com ele a oportunidade bendita do recomeço. Nos preparemos para a regeneração da melhor forma, adotando o hábito de amar como nosso Mestre nos ensinou, afinal; “Ninguém deita remendo de pano novo em veste velha. […] Nem se deita vinho novo em odres velhos”.³
Fábio Noronha.
¹ Pensamento e vida, cap. 20
² Deus conosco, 118
³ Mateus 9.16, 17
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