Que fazeis de especial?

Em leitura do Sermão do Monte, momento consagrado a grandes revelações da Lei de Amor pelo Mestre Jesus, deparamo-nos com a frase acima: Que fazeis de especial? É uma pergunta direta, sem rodeios, que nos instiga a pensar sobre a nossa conduta na presente reencarnação e o tanto que isso influencia o próximo, seja para o bem ou para o mal.
É certo que estamos cercados por uma nuvem de testemunhas¹, conforme nos relata o apóstolo, e esses que nos rodeiam avaliam nossa conduta para saberem se agimos do jeito que falamos. Ainda, tanto atuando no bem quanto no mal, sintonizamos com outras entidades e potencializamos a ação com a força condutora do bem ou do mal.
Portanto, o direcionamento do nosso proceder na Vida diz sobre quem são as testemunhas que nos rodeiam e como influenciamos e somos influenciados por elas.
Assim, é prudente perguntar: estamos fazendo algo fora da nossa rotina, que nos distingue e que estejamos empregando toda a nossa excelência? Não estamos querendo dizer que é para fazermos algo que está fora das nossas forças ou ainda do nosso entendimento, mas sim dentro daquilo que nos compete, como cristãos. Por exemplo: na sua ocupação de trabalho, você tem empregado o melhor de si, a sua melhor versão de trabalhador? Na sua família tem sido o melhor pai, a melhor mãe, o melhor filho? Ou simplesmente tem se “agarrado” às reclamações, doenças ou comportamentos que “escravizam” as pessoas ao seu modo de proceder? No meio social tem se portado com dignidade, tolerância e fraternidade? Entendendo que nem todos têm o mesmo conhecimento, inteligência ou pensamentos iguais aos seus? Que todos merecem uma palavra de gentileza e carinho? Porque tanta exigência de nossa parte ou ainda que nos obedeçam incontinenti? Somos parte do problema ou a solução do mesmo? São reflexões que exigem nosso fazer, nosso construir, e nosso emprego na forma física e moral, ao que já nos foi ensinado por Jesus.
E a presente encarnação nos é concedida por Deus, através de Jesus, como oportunidade para nos aprimorarmos como espíritos. E essa especialização começa no instante em que compreendemos nossa responsabilidade com o bem do próximo. Porque a maior prova de amor é “fazer ao outro o que gostaria que te fizessem”² e que o amor, em sua existência, será aquilo que você fizer dele³.
Nesse sentido, Emmanuel, no livro Vinha de Luz, afirma que os “espiritistas cristãos possuem patrimônios de entendimento muito acima da compreensão normal dos homens reencarnados”, mas ainda se encontram fazendo as coisas de ordinário, comum, sem realmente colocar em prática os ensinamentos de Jesus. “Então façamos o nosso melhor que nós pudermos fazer enquanto não tivermos condições melhores de fazer melhor ainda o que nos dispomos a fazer”4.
Temos sido crentes sem sermos cristãos, ou seja, cremos na palavra do Senhor (“campo da ideia”) mas não nos movimentamos para que a palavra se concretize em obras (“campo da ação”). Primeiro em nós mesmos e, em segundo para aqueles que necessitam.
De tal forma que ao fim da presente jornada possamos afirmar para nós mesmos: “Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé”.
Ou melhor: apesar das dificuldades, renunciei a mim mesmo, mantive a fé e a confiança em Jesus.
Conte conosco Senhor, estamos prontos.

João Jacques

¹ Hebreus, 12:1.
² Mateus, 7:12.
³ André Luiz, livro Sinal Verde, “Em matéria afetiva”, capítulo 37.
4 Palestra Psicosfera, Emerson Pedersoli, Laframn.
[5] Paulo de Tarso, 2 Timóteo 4: 7-8.
[6] Emmanuel, livro Vinha de luz.

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