Liberdade de pensamento e caridade
“Fora da caridade não há salvação” pode também significar “fora do auxílio aos outros não te libertarás do teu eu”, inclinado à vaidade e ao orgulho, ao egoísmo e à discórdia.” (Emmanuel).
O capítulo X, da Parte Terceira, de O Livro dos Espíritos, traz importante estudo sobre a liberdade em seus diversos aspectos, como lei natural e dom do Espírito, desde sua origem. Todos os Espíritos receberam do Criador a vontade e o livre arbítrio, o que equivale ao uso, pelas criaturas, do próprio pensamento, no qual goza de plena liberdade.
Ensina Alan Kardec* que o pensamento é o atributo característico do ser espiritual e que ele atua sobre os fluidos ambientes, como o som age sobre o ar. Define o Codificador a vontade como sendo o pensamento transformado em força motriz. Nos ambientes que frequentamos, há sempre pensamentos sendo irradiados, por espíritos encarnados e desencarnados. Há pensamentos harmoniosos e também pensamentos discordantes. Devemos estar vigilantes não apenas quanto nossas palavras e atos, mas, em especial, aos nossos pensamentos que atuam plasmando quadros de grande positividade, mas também de graves desajustes.
A liberdade que temos de pensar conduz ao poder de exercer livremente a vontade de fazer. Lembremo-nos que este não é um dom exclusivo nosso, pois Deus o concedeu também ao próximo e há de haver respeito aos direitos alheios, inclusive aos que pensam de forma diferente da nossa. Qualquer desrespeito aos direitos alheios acarretará responsabilidades ao transgressor, gerando necessidade de reparação, por meio de aprendizados dolorosos, conforme as leis divinas, justas e imutáveis.
No nosso planeta, esperamos que a liberdade autêntica, responsável, seja alcançada de acordo com a evolução natural, conforme a lei divina do progresso. Esta liberdade significa trabalharmos buscando respeito às leis e aos semelhantes e, em paralelo, auxiliando e amparando sempre, praticando não só a beneficência, mas em especial a benevolência e o perdão para com os irmãos de caminhada.
Em síntese, para sermos realmente livres e felizes deverá existir entre nós, homens de bem, entendimento e amor fraterno, independente das nacionalidades, raças, condições sociais e credos. A verdadeira liberdade de pensar e agir decorre dos sentimentos superiores de amor, justiça e caridade. A prática evangélica aprimora o coração. O conhecimento doutrinário ilumina a inteligência, alargando o raciocínio. Evangelho no coração e doutrina no entendimento, eis o tipo ideal do cooperador de Jesus no cenário terrestre. (Emmanuel*)
Letícia Schettino