Sua decisão

Em momentos decisivos de nossa caminhada reencarnatória, nos deparamos com situações que exigem nossa reflexão e, por consequência, atitude em relação a como vamos seguir na direção do bem. Essa decisão é pessoal, intransferível e certamente nos orientará a marcha com vistas ao futuro, tal qual o encontro de Jesus com Emmanuel, no qual o Mestre indica para o Mentor o caminho a seguir: “Soa para teu espírito, neste momento, um minuto glorioso, se conseguires utilizar tua liberdade para que seja ele, em teu coração, doravante um cântico de amor, de humildade e de fé, na hora indeterminável da redenção, dentro da eternidade. Está, porém, no teu querer o aproveitá- -lo agora, ou daqui a alguns milênios…” (Xavier, Francisco/Emmanuel. Há dois mil anos. FEB, pag.68). É certo que alguns irmãos de caminhada repudiam aqueles que aderem de última hora, desdenhando do ato sincero do devedor perante o arrependimento. Mas Jesus nos esclarece que o Evangelho veio para os doentes; não veio para chamar os justos, mas os pecadores. Confessar-se em nome de Jesus e por amor a Ele não nos garante a elevação espiritual. A porta é estreita, portanto não basta apenas entrar, pois cada dia necessita do nosso esforço contínuo e perseverante em fazer- -se melhor, onde quer que nos encontremos, ainda mais nesses momentos tormentosos em que passa a humanidade no combate à pandemia da Covid-19. Nós espíritas somos chamados para brilhar a nossa luz, levando o conforto necessário àquele que sofre, que está em desespero, que tem medo da morte pela doença. E não nos é pedido grandes feitos, mas sim obediência e disciplina diante das normas e procedimentos amplamente divulgados pelas autoridades sanitárias. Se não concorda com tais procedimentos e normas, adote-os por amor ao próximo, respeitando e acatando com disciplina o que se pede da sociedade no combate ao vírus. Mostrar indisciplina é fomentar o caos e o desespero, esquecendo que acima de toda atitude humana está o Criador, Deus, assegurando o bem-estar dos seus filhos muito amados. Deus não ama por condição, sua misericórdia é ação em favor de nós mesmos como Pai zeloso que é. Dá de ti mesmo em favor dos que sofrem, com atitudes gentis, amorosas, cheias de esperança. Utiliza das redes sociais para fomentar o bem, a ordem, e possibilitar aos outros a visão de quanto somos cuidados, em qualquer situação. Os bons espíritos nos afirmam que só existe desordem para o desordeiro. Não sejamos os portadores de escândalo, pois todo escândalo impõe resgates, por vezes dolorosos, na senda humana. Sejamos os pacificadores, cujo dom de restabelecer a paz reflete o Mestre Nazareno. Como muitos dizem, a hora é grave, exige de nós decisão em favor do bem. E, relembrando o livro Nosso Lar, Clarêncio nos afirma que “os que não cooperam, não recebem cooperação. Isso é da lei eterna.” (Cap. 13, pág. 78).

João Jacques F. Gonçalves

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