Entrelaçados na Feig
Recentemente, um amigo conquistado na Feig comentou estar naquele exato dia, completando 35 anos de chegada na casa. Um misto de saudosismo e gratidão foi expressado por ele. Relembrou que chegou com uma vizinha que não permaneceu; e o quanto tudo o que encontrou no local em termos de atividades, pessoas e atendimentos foi decisivo para a construção de hábitos e para as escolhas feitas a partir daquele momento, e como tudo isso se reflete na vida que tem hoje. Se fizéssemos um levantamento, muitos seriam os casos como o dele, que se entrelaçam com outras chegadas, permanências, partidas e com tudo o que é realizado no dia a dia da Fraternidade Espírita Irmão Glacus e da Fundação Espírita Irmão Glacus.
Ao pensar em trajetórias e entrelaçamentos relacionados à Feig, veio à memória uma atividade realizada em 2015, na qual as 11 diretorias e as duas assessorias que na época compunham a sua estrutura administrativa, foram convidadas a apresentar, em linhas gerais, as atividades realizadas com foco nas interações que estabeleciam e das quais dependiam para a realização das suas atribuições, sempre pensando nos públicos destinatários. O objetivo foi proporcionar, além de informações de forma sistematizada e pública, uma reflexão sobre as interações das tarefas e das diretorias. Também serviu para a percepção do quanto uma tarefa, por mais independente e autônoma que pareça, afeta e é afetada por tantas outras e, sobretudo, o quanto isso impacta nas pessoas que chegam ou que já estão na casa.
Nos registros daquela atividade há indicativos de que foram muitos os tarefeiros que tiveram acesso a um mundo de novas informações e puderam assim conhecer e entender mais e melhor sobre as interações entre atendimentos e realizações; identificar possibilidades de aprimorar e enriquecer a sua atuação nas tarefas que desempenham, e, assim, impactar positivamente nas pessoas às quais as atividades se destinam.
E o que isso tem a ver com o encontro com aquele amigo? Foi a inspiração para a proposta de reflexão desta coluna que, não por acaso, se chama Construindo o Futuro e que aproveitamos para compartilhar: Como têm sido as interações da tarefa que realizamos na Feig? Conhecemos e consideramos os pontos de interseção daquilo que realizamos com tantas outras realizações da casa? Como frequentadores, como podemos auxiliar? E, especialmente, como tem sido a repercussão do que ajudamos a realizar naqueles que procuram a Feig?
Hoje, vivemos um cenário de retomada. As atividades presenciais da Fraternidade e da Fundação estão retornando gradualmente, depois de tantos meses interrompidas. Algumas dessas atividades estão precisando ser revistas, devido a mudanças que ainda estão sendo sentidas, apreendidas e aprendidas. Novos contextos vêm se apresentando, e afirmamos que, igual ou até mais do que naquele encontro de 2015, é preciso conhecer a Feig para aprimorar o entendimento e a identificação dos pontos em comum entre as atividades realizadas, fortalecendo a repercussão que geram.
Buscando uma representação visual para esse entrelaçamento em 2015, a cada apresentação das atividades prestadas e das interações entre as tarefas, foi sendo tecido com lãs coloridas o percurso de cada uma das diretorias e assessorias, tornando explícitos os pontos de entrelaçamento. A imagem ao lado ilustra esse texto: em cada extremidade, uma diretoria ou assessoria, e, de acordo com as ações, as cores das lãs foram indicando os pontos de interação, seguindo o formato do triângulo da marca da Feig, trazendo uma pequena mostra do quanto essas interações fazem o trabalho acontecer.
Atuar na Feig, na realidade, é como ser um desses pontos de encontro das várias lãs, tecendo uma rede colaborativa, em que as ações das pessoas, organizadas em diretorias, departamentos e núcleos de tarefa, se entrelaçam em seus percursos, e daí a necessidade de buscarem cada vez mais a convergência de ações, a união de recursos – pessoais, materiais e espirituais – para avançar na materialização da missão institucional, que é “Praticar a caridade à luz da Doutrina Espírita, contribuindo para a transformação do Ser Humano”, tendo como horizonte a visão de futuro de “ser reconhecida pela qualidade do acolhimento e excelência na gestão”.
E, citando alguns trechos de Emmanuel, na mensagem “Em equipe espírita” [1]: “(…) Cada um de nós, na equipe de ação espírita, é peça importante nos mecanismos do bem”, e ainda: “(…) Jesus nos trouxe à edificação do Reino de Deus, valorizando o princípio da interdependência e a lei da cooperação”, é possível fortalecer a ideia do quanto podemos avançar nas interações que vêm fazendo a Feig acontecer há quase 46 anos, impactando mais e mais em trajetórias das pessoas que procuram a casa, como felizmente aconteceu com aquele amigo, citado no início deste texto.
Miriam d´Avila Nunes
[1] Segue-me, Francisco Cândido Xavier, ditado Pelo Espírito Emmanuel
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