Somos todos uma só família

Com certeza já ouvimos dizer que fazemos parte da família universal. Este conceito para nós ainda é de difícil compreensão, pois estamos muito conectados com a nossa família, nossos amigos, nossos projetos. Porém, já podemos ampliar nossa percepção quando, por meio dos ensinamentos de Jesus, aprendemos que família é muito mais do que união pelos laços consanguíneos.

Jesus se refere a todos que fazem a vontade do Pai como membros de uma mesma família. Quando refletimos sobre estas revelações, ampliamos nossa consciência cristã e nossa capacidade de percepção das necessidades do próximo. O orientador espiritual Emmanuel nos ensina que “dar na essência significa abrir caminhos, fundamentar oportunidades, multiplicar relações.” De nossa parte, acrescentamos que este movimento se dá nos dois planos da vida, possibilitando para aquele que opera no bem, a construção de bases sólidas para as conquistas imperecíveis da alma em qualquer circunstância.

Quando, diminuímos a dor do próximo sem exigir recompensa, acessamos forças potenciais para transformação de todos e, investimos em nossa própria felicidade. A cooperação e a fraternidade são elementos fundamentais no equilíbrio espiritual do indivíduo e da coletividade, sendo também valores educativos por meio dos quais sintonizamos com as forças divinas. Desta forma, ora damos apoio aos que vêm na retaguarda, ora recebemos daqueles que já avançaram mais do que nós. Este é o movimento natural da evolução. 

Quando partilhamos, estamos atendendo a um apelo da vida maior, que nos convida a contribuir e a sermos úteis, lançando sementes para as mudanças necessárias a favor do bem geral, pois de fato somos depositários das riquezas que nos são concedidas por Deus. 

Ao falarmos em doação, nos referimos não só aos bens materiais, que mitigam dores profundas, mas também a outras
riquezas, como tempo, conhecimento e boa vontade, que geram consolação, entusiasmo, gentileza e encorajamento.
A casa de Glacus é núcleo de estudo, fraternidade, oração e trabalho, onde vivenciamos na prática a experiência da partilha em família, do trabalho em equipe, onde todos são peças importantes para a construção desta célula de amor.

 

Mariluce Gelais

Administração

“Dá conta de tua administração.” Jesus – (Lucas, 16:2)

Na essência, cada homem é servidor pelo trabalho que realiza na obra do Supremo Pai, e, simultaneamente, é administrador, porquanto cada criatura humana detém possibilidades enormes no plano em que moureja.

Mordomo do mundo não é somente aquele que encanece os cabelos, à frente dos interesses coletivos, nas empresas públicas ou particulares, combatendo intrigas mil, a fim de cumprir a missão a que se dedica.

Cada inteligência da Terra dará conta dos recursos que lhe foram confiados. 

A fortuna e a autoridade não são valores únicos de que devemos dar conta hoje e amanhã.

O corpo é um templo sagrado.

A saúde física é um tesouro.

A oportunidade de trabalhar é uma bênção.

A possibilidade de servir é um obséquio divino.

O ensejo de aprender é uma porta libertadora.

O tempo é um patrimônio inestimável.

O lar é uma dádiva do Céu.

O amigo é um benfeitor.

A experiência benéfica é uma grande conquista.

A ocasião de viver em harmonia com o Senhor, com os semelhantes e com a Natureza é uma glória comum a todos.

A hora de ajudar os menos favorecidos de recursos ou entendimento é valiosa.

O chão para semear, a ignorância para ser instruída e a dor para ser consolada são apelos que o Céu envia sem palavras ao mundo inteiro.

Que fazes, portanto, dos talentos preciosos que repousam em teu coração, em tuas mãos e no teu caminho? Vela por tua própria tarefa no bem, diante do Eterno, porque chegará o momento em que o Poder Divino te pedirá: — “Dá conta de tua administração.”

Mensagem do Livro Fonte Viva, pelo Espírito Emmanuel Médium: Francisco Cândido Xavier

Leitura espírita: oportunidade de instrução e desenvolvimento moral

Há importante mensagem, na obra O Evangelho Segundo o Espiritismo (ESE), no item 5 do capítulo VI, assinada pelo Espírito da Verdade e direcionada a todos os espíritas: “Espíritas! Amai-vos, este é o primeiro ensinamento; instrui-vos, este o segundo…”. Sim, o amor e o estudo são preceitos básicos da Doutrina codificada por Allan Kardec.

A fé raciocinada é também importante preceito da Doutrina, e proclama Kardec no ESE, capítulo IXX: “A fé raciocinada, por se apoiar nos fatos e na lógica, nenhuma obscuridade deixa. A criatura então crê, porque tem certeza, e ninguém tem certeza senão porque compreendeu. Eis por que não se dobra. Fé inabalável só o é a que pode encarar de frente a razão, em todas as épocas da Humanidade.”.

É importante esclarecer que todos aqueles que acreditam na existência do Espírito são espiritualistas, entretanto, nem todos os espiritualistas são espíritas, praticantes do Espiritismo. Para que uma casa religiosa seja espírita, ela deve seguir os ensinamentos contidos nas Obras Básicas da Doutrina Espírita e no Evangelho de Jesus, sendo fundamental que seus frequentadores, simpatizantes e estudiosos do Espiritismo, através dos livros e do conhecimento, exercitem a moral e a intelectualidade.

Fato é que a leitura de um livro de cunho espírita traz sempre convite para abrirmos os horizontes sobre a vida e nos debruçarmos sobre questões existenciais e espirituais.

Os principais livros para a Doutrina, conhecidos como Obras Básicas da codificação são: O Evangelho Segundo o Espiritismo; O Livro dos Espíritos; Céu e Inferno; A Gênese, O Livro dos Médiuns. Para uma leitura inicial dos que estão se aproximando da Doutrina, recomenda-se duas obras de Kardec: O Que é o Espiritismo e O Espiritismo em sua mais simples expressão, que são de grande utilidade para sanar dúvidas básicas dos aprendizes.

Depois de conhecer os fundamentos da Doutrina, e como contribuição acessória para explorá-la nos seus detalhes, há que se mergulhar nas obras de autores importantes como Léon Denis, Gabriel Delanne, Camille Flamarion, Herculano Pires, Yvone A. Pereira, Hermínio C. Miranda, Martins Peralva, Caibar Schutel, Richard Simonetti, e muitos outros, além, é claro, dos autores espirituais Emmanuel, André Luiz, Humberto de Campos, Manoel Philomeno de Miranda, Hammed, Ermance Dufaux e vários outros.

Certamente há muito para ler e estudar e torna-se necessária uma boa organização por parte dos interessados no Espiritismo, para não empregarem o tempo de forma equivocada, lendo obras “falsamente espíritas” ou controvertidas, sem alicerce nos fundamentos da Doutrina.

Pensando nos seus frequentadores, tarefeiros, estudantes, expositores e no público em geral, o Setor de Avaliação Obras Literárias Espíritas (SAOL), vinculado ao Departamento Doutrinário da FEIG, iniciará, a partir de junho de 2021, a divulgação de sinopses de obras literárias complementares à Codificação, sob a forma de “Resenhas Descritivas”, disponibilizadas no site. A intenção é contribuir com o público na escolha de leituras de boa qualidade doutrinária, em sintonia com o nível de conhecimento da Doutrina Espírita. Acompanhe os canais oficiais de divulgação da FEIG para saber mais sobre este projeto e leia mais! Mas, leia com melhor qualidade, amplie seus horizontes espirituais!

Letícia Schettino

Para onde você vai esta noite?

A Doutrina Espírita se destaca pela análise profunda dos aspectos comuns de nossas vidas. Ela ilumina e amplia, por exemplo, o nosso entendimento do nascimento e da morte, da saúde e da doença e o papel do corpo na evolução do espírito. Biologicamente, o corpo requer descanso e chamamos este período de sono. Acontece que insuspeitáveis fenômenos ocorrem todos os dias durante o descanso do corpo. A nossa saúde física e mental, nosso estado de ânimo, a predisposição para o trabalho, a qualidade das relações e a evolução moral do espírito dependem deste instante, conhecido entre os espíritas como emancipação da alma.

Emancipar é sinônimo de libertar-se, tornar-se independente. Também significa ter responsabilidade pelos nossos atos. Muitos creem que o sono é uma atividade automática, ou seja, passiva, guiada única e exclusivamente pelo domínio do sistema neuroendócrino. Quem assim o concebe acaba por abdicar-se de seu controle, o que significa abrir mão de aproximadamente um terço da nossa vida. Agindo assim, negligenciamos o processo e somos os únicos responsáveis pelas consequências que se apresentarão no dia seguinte. Segundo a obra máxima da codificação, “O Espírito jamais está inativo. Durante o sono, afrouxam-se os laços que o prendem ao corpo e, então, não precisando o corpo de sua presença, o espírito se lança no espaço e entra em relação mais direta com os outros espíritos1 ”. Frequentemente, essa liberdade deixa lembranças na forma de sonhos bem objetivos ou, ao contrário, intensamente enigmáticos. Conclusão, a emancipação da alma, algumas vezes chamada de desdobramento espiritual, é uma das maneiras em que se estabelece o intercâmbio entre o plano físico e o espiritual.

Para os leigos no conhecimento espírita, vale a pena ressaltar que não foi a doutrina codificada por Allan Kardec que inventou a emancipação da alma e tudo mais que lhe sucede. Sua veracidade é encontrada muito bem descrita em todos os tempos e em todas as artes. No evangelho de Mateus, encontramos a seguinte narrativa: “Depois que partiram, eis que um anjo do Senhor apareceu a José em sonho e lhe disse: ‘Levanta-te, toma o menino e sua mãe, e foge para o Egito. Permanece lá até que eu te diga, pois Herodes há de procurar o menino para o matar’”2 . Inúmeros relatos, inclusive autobiográficos, encontram-se na literatura científica. Em 1845, o inventor Elias Howe Jr. sonhou que estava sendo atacado por canibais. Ele notou que as lanças do sonho tinham furos nas pontas e assim imaginou como as agulhas de uma máquina de costura poderiam funcionar. Conta-se também, sem uma comprovação oficial, que o DNA foi visualizado em sonho por James D. Watson e a estrutura da tabela periódica por Dmitri Mendeleiev. Muito conhecida também é a história da composição da canção Yesterday, a música mais regravada da história, composta por Paul McCartney em 1965. Essa canção surgiu durante um sonho quando Paul tinha apenas 22 anos. O pintor e fotógrafo polonês Zdzisław Beksiński surpreendeu a comunidade artística com suas obras inspiradas no surrealismo. A intenção do artista era “pintar de uma maneira como se estivesse fotografando sonhos”, mas, ao que parece, elas acabaram retratando pesadelos. De 1990 em diante, sua vida foi curiosa e lamentavelmente marcada por tragédias. Vale destacar que, durante as noites e neste mesmo período, tornou-se comum a presença de avisos nas portas dos artistas: “Poetas trabalhando”.

Este tema é muito útil para os que acreditam na existência do espírito e muito perigoso para os que descreem na atividade da alma mesmo durante o repouso do corpo. A grande questão que se apresenta aqui neste momento é: para onde vai e o que faz o espírito durante a emancipação da alma? Há quem diga que dormir é uma experiência da morte. Pela lei do esquecimento do passado, não posso assinar embaixo, pois não me lembro de como é morrer. No entanto, há muita similaridade entre dormir e morrer. Uma delas é que, durante o sono ou diante da morte, nós seguimos a direção dos nossos sonhos. Confuso? Explico. Cada alma vibra em determinada faixa e se move entre os limites extremos que nos sustentam. Nosso nascimento na Terra é a própria constatação dessa realidade. Nascemos na Terra e não em Júpiter, pois possuímos o passaporte “biopsiquicoespiritual” condizente com o planeta azul, e não com o gigante gasoso. Da mesma forma, seremos irresistivelmente atraídos para os ambientes e para as almas que se afinizam conosco. Nenhuma novidade aqui. Não é exatamente o que acontece hoje em sua vida? Você não está em ambientes e convivendo com pessoas necessárias para o seu progresso espiritual? De uma forma ou de outra, não foi você que escolheu? O Cristo resumiu esse fenômeno espiritual da seguinte forma: “Onde está o seu tesouro, aí estará o seu coração”. Simples assim. Suas preferências definirão paisagens, cenários, sensações e suas companhias espirituais.

Mas, o que fazer para evoluir nesse contexto? Estudo, humildade e mudança de hábitos são imprescindíveis. Assim como nos preparamos para sair de casa para trabalhar ou para ir a uma festa, é necessário nos prepararmos para adentrar a faixa sutil na qual a alma curtirá sua emancipação. E muita atenção ao longo do dia, pois o modo como vivenciamos as horas são determinantes para a qualidade do sono à noite. A boa notícia é que podemos elevar em diversos graus a nossa faixa vibracional. Mantenha conversações elevadas ao longo do dia, providencie alimentação mais leve antes de adormecer, pratique atividade física moderada, beba água, selecione vídeos, programas de TV e boa leitura antes de emancipar-se e não subestime a força da oração. Lembre-se: O sono é uma necessidade de repouso do corpo e a emancipação da alma uma oportunidade para o espírito. E por falar nisso, aonde você vai esta noite?

Vinícius Moura Referências

[1] O Livro dos Espíritos. Parte Segunda – “Do mundo espírita ou mundo dos Espíritos” – Capítulo VIII – “Da emancipação da alma”. [2] Evangelho de Mateus (2:13).

O ambiente espiritual do lar

A família não é apenas uma estrutura biológica, mas, acima de tudo, encontro de espíritos que se exercitam na experiência da evolução.

Pensamentos, palavras e ações constroem a tônica do ambiente no lar. O reflexo mental das criaturas vibra em tudo e todos, pois temos qualidades de absorção e exteriorização. Estamos em companhia daqueles com quem temos reciprocidade, abrindo campo para a sintonia entre mentes que se encontram associadas. Vivemos num clima de trocas, no qual encarnados podem influenciar os desencarnados e vice-versa. Essa retroalimentação pode produzir bem-estar ou perturbações, de acordo com o padrão de harmonia ou desarmonia produzido. Quais serão, então, os recursos de que dispomos para purificar o ambiente espiritual do lar?

 A paz não surge espontaneamente, ela é fruto do esforço individual e coletivo. O hábito da prece sincera, conforme nos orienta a espiritualidade superior, opera uma verdadeira transfusão de força no levantamento de nossas energias. Com a prática da prece e reflexão por meio do Culto do Evangelho no Lar, implantamos um potente instrumento de socorro, que promove a higienização e o reequilíbrio do ambiente espiritual nos dois planos da vida.

 Somos dotados de forças potenciais que são acionadas a partir de nossa vontade e, quando direcionadas para o bem, se transformam em recursos capazes de favorecer nosso aperfeiçoamento e contribuir para o crescimento daqueles que caminham conosco. O estudo dos ensinamentos de Jesus possibilita a vivência de novos padrões de comportamento. Assim, a prática do perdão dissipa o ódio e abre o caminho para a tolerância; a paciência de uns com os outros constrói a compreensão fraternal; o silêncio diante de referências negativas alimenta a paz e ações apoiadas na verdade geram exemplos que serão uma fonte segura para a transformação moral de todos.

O convite é para que todos nós possamos encontrar motivos para agradecermos por nossa família, pelas experiências que nos proporcionam iluminação interior e pela oportunidade de caminharmos para o reconhecimento de que todos somos parte da família universal. Assim, despertaremos para emoções mais elevadas que nos conduzirão para o bem e para a felicidade real.

Mariluce Gelais Filogônio

 Bibliografia: A Gênese – A. Kardec Vozes do Grande Além – Francisco c. Xavier/ Espíritos diversos SOS Família — Divaldo Pereira Franco/ Joanna de Angelis/Espíritos Diversos

Na meditação

Tuas mãos permanecem extenuadas por fazer e desfazer.

Teus olhos, naturalmente, estão cheios da angústia recolhida nas perturbações ambientes.

Doem-te os pés nas recapitulações dolorosas.

Teus sentimentos vão e vêm, através de impulsos tumultuários, influenciados por mil pessoas diversas.

 Tens o coração atormentado.

É natural. Nossa mente sofre sede de paz, como a terra seca tem necessidade de água fria.

Vem a um lugar à parte, no país de ti mesmo, a fim de repousar um pouco. Esquece as fronteiras sociais, os controles domésticos, as incompreensões dos parentes, os assuntos difíceis, os problemas inquietantes, as ideias inferiores.

Retira-te dos lugares comuns a que ainda te prendes.

Concentra-te, por alguns minutos, em companhia do Cristo, no barco de teus pensamentos mais puros, sobre o mar das preocupações cotidianas…

Ele te lavará a mente eivada de aflições.

 Balsamizará tuas úlceras.

 Dar-te-á salutares alvitres.

Basta que te cales e sua voz falará no sublime silêncio.

Oferece-lhe um coração valoroso na fé e na realização, e seus braços divinos farão o resto.

Regressarás, então, aos círculos de luta, revigorado, forte e feliz.

Teu coração com Ele, a fim de agires, com êxito, no vale do serviço.

Ele contigo, para escalares, sem cansaço, a montanha da luz.

Mensagem do Livro Caminho, verdade e vida, pelo Espírito Emmanuel – Médium: Francisco Cândido Xavier

A arte de ser leve!

Joanna de Ângelis, no livro Vida Feliz, psicografado por Divaldo P. Franco, nos traz reflexões acerca da arte de ser leve. É certo que a sabedoria mora na simplicidade. Na página 8, a mentora começa alertando: “Vive sempre em paz. Uma consciência tranquila, que não traz remorsos de atos passados, nem teme ações futuras, gera harmonia. Nada de fora perturba um coração tranquilo, que pulsa ao compasso do dever retamente cumprido. A paz merece todo o teu esforço para consegui-la.”. Ela reforça também que a prece é medicamento valioso para os estados desequilibrados da alma.

 Ao longo do restante do livro, ela dá dicas valiosíssimas sobre como podemos simplificar as nossas tarefas diárias através da postura com a qual as enfrentamos. É importante ter uma agenda e organizar as próprias tarefas. A mentora nos diz: “Organiza a tua agenda, a fim de ganhares o tempo com propriedade. Cada tarefa deve ser exercida no seu respectivo momento. O tumulto na realização, não apenas prejudica a ordem, mas também, a sua qualidade. Um após outro, com calma e continuamente, realiza os teus deveres.”.

A obra aborda também a importância das amizades e, dentro desse tema, a importância também de saber conviver com o outro, respeitando-o sempre, não entrando no clima da divergência em si. Ainda que envolva um caso com manifestações de agressões e ofensas, o importante é ter a consciência de que o agressor é construtor do maior mal a si mesmo; que não nos comportemos tal como ele. É bom ter isso em mente. Quem agride está sempre se prejudicando mais. A partir do momento que escolhemos agredir, o problema passa a ser nosso também, reforça Joanna na página 12. Já na página 16, ela nos alerta sobre a importância do cuidado com o que sai da nossa boca: “Substitui, no teu vocabulário, as más pelas boas palavras. Expressões chulas e vulgares, talvez estejam na moda, porém ‘envenenam o coração’. A palavra é instrumento da vida para a comunicação, o entendimento, e não arma de agressão, violência e vulgaridade. O uso irregular das palavras corrompe a mente e rebaixa o homem. O verbo expressa a qualidade moral do indivíduo. Porque há pessoas que falam bem e são más, não é justo que sendo bom, te apresentes mal”.

Ao longo do livro, a mentora nos dá conselhos importantíssimos sobre como podemos fazer ajustes e substituições ao escolhermos nosso comportamento frente às situações ao longo da nossa rotina. Através do uso consciente do nosso livre-arbítrio, passamos a fazer melhores escolhas rumo a uma vida mais feliz. No livro todo há sugestões, baseadas em uma conduta moral mais elevada. Caminhar em direção à nossa reforma íntima e prática do Evangelho é uma escolha que devemos fazer e todos os dias nos lembrarmos disso. Cada vez que fazemos boas escolhas, aumentamos ainda mais o brilho de nossa luz, rumo a voos ainda maiores dentro das oportunidades que boas escolhas trazem. Simplifique! Seja leve! Ser leve é uma arte!

Denise Castelo Nogueira

Estudar nunca é demais

Reflexões sobre a literatura espírita

A cada dia que passa, mais aumenta nossa admiração diante da expressiva quantidade de títulos espíritas expostos nas livrarias que comercializam livros especializados nessa área e nas diversas áreas do conhecimento humano. Já não são apenas as livrarias espíritas que divulgam obras doutrinárias; as livrarias, de um modo geral, têm feito isso também.

(…) São mais de três mil títulos correntes de livros espíritas disponíveis no mercado editorial, comercializados em diversos pontos de venda nos grandes centros e no interior do País.

Romances espíritas

A maior parte desses títulos é composta por romances mediúnicos. O romance, quando bem escrito, apresenta características literárias que possibilitam transmitir um conteúdo moral, evangélico, educacional, instrutivo e/ou de entretenimento, por meio de um enredo que envolve o leitor, prendendo-o à trama dos personagens e das circunstâncias criadas pelo autor.

A literatura mediúnica foi enriquecida por obras-primas emanadas da sabedoria de Emmanuel e psicografadas por Francisco Cândido Xavier. Romances espíritas, como Há dois mil anos, 50 anos depois, Renúncia, Ave, Cristo!, Paulo e Estevão, são referenciais de excelência doutrinária, cultural, histórica e estilística a autores espirituais ou encarnados, dedicados à preparação de originais que se transformarão em livros para acesso público. Os referidos romances, editados pela Federação Espírita Brasileira, um dia ainda serão apresentados pela magia do cinema, para mais ampla difusão da mensagem que registram.

Facilidade e conforto ao leitor

As editoras estão aprimorando o trabalho quanto aos cuidados na forma de apresentação de seus livros. Vemos capas bonitas, atraentes, que despertam o interesse do leitor, convidando-o a uma “leitura sensorial”, isto é, a manusear o livro. A utilização dos recursos de editoração eletrônica proporciona aos arte-finalistas exporem seu talento na apresentação de trabalhos belíssimos. Um livro também é vendido ou comprado por sua capa. Ela é a embalagem do produto, cuja arte não se deve limitar à primeira capa. Há também a chamada “quarta capa” que, em trabalhos bem concebidos e concretizados, é aproveitada para informar, sucintamente, sobre o conteúdo da obra. Esse cuidado é indispensável, pois agiliza ao leitor localizar dados básicos do livro que tem em mão, dispensando-o de folhear várias páginas. (…)

O formato do livro, a dimensão da mancha gráfica, o tamanho da letra e o espaçamento entre linhas são características fundamentais para possibilitar que o texto seja lido fluentemente, com facilidade e conforto. A leitura ideal é aquela realizada sem esforço, que flui naturalmente, pois além de um texto bem escrito, a boa apresentação torna-o agradável. (…)

E as revisões?

Até parece que algumas editoras estão se esquecendo desse “detalhe”, ou não estão se preocupando com ele: a revisão ortográfica, semântica e gramatical dos textos. Os preparadores de uma edição sabem o quanto a revisão é trabalhosa. São aspectos variados que não podem ser executados apressadamente. Quanto mais se revisar um texto, mais aprimorado ele fica. O leitor merece esse respeito e agradece quando lê um texto fluente e correto. (…)

Conteúdo dos livros

Toda obra doutrinária, incluindo-se nessa categoria o romance espírita, deve ser elaborada e editorada com zelo, carinho e atenção. Autores espirituais e encarnados, médiuns, editores e demais envolvidos na publicação de um livro são responsáveis, direta ou indiretamente, pelo conteúdo registrado em tais veículos de comunicação. Não se pode admitir que qualquer obra, dita espírita, contrarie em uma linha sequer os princípios básicos do Espiritismo. Se isso acontecer, o livro não será espírita. Os cuidados diante de ideias personalistas, sistemas exclusivistas, “novidades”, devem ser redobrados. Há diversos autores espirituais e encarnados querendo atualizar Allan Kardec, fundamentados na falsa premissa de que o Codificador está superado!

Estudar Allan Kardec

Quanto mais nos debruçamos no estudo das obras básicas e na leitura atenta da Revue Spirite (Revista Espírita), constatamos que o trabalho de Allan Kardec não se limitou à sua época. Na seleção e compilação cuidadosas das mensagens oriundas de diversas localidades, bem como nas anotações judiciosas do Codificador, sempre estiveram presentes o bom senso e a seriedade, que resultaram na organização de uma Doutrina que veio ao mundo com a missão de promover a renovação social da humanidade.

Estudar não significa meramente ler. É analisar, entender, refletir, ponderar… É, principalmente, apreender o conteúdo lido para aplicação diária em oportunidades de ação no bem que a vida nos oferece.

O primeiro livro

Pergunta frequente dos iniciantes no estudo do Espiritismo e dúvida comum, também, aos que já conhecem a Doutrina: qual o primeiro livro espírita a ser lido? Esta questão pode ser respondida com outra pergunta: qual foi o primeiro livro espírita publicado?

Não resta a menor dúvida de que a obra basilar, principal do Espiritismo, é e continuará sendo O Livro dos Espíritos. (…)

Ideal mesmo é que o estudo da Doutrina Espírita seja iniciado pelas obras básicas: O Livro dos Espíritos, O Livro dos Médiuns, O Evangelho segundo o Espiritismo, O Céu e o Inferno e A Gênese, que constituem o pentateuco kardequiano(*). Estes livros não podem ser esquecidos pelos principiantes no estudo doutrinário nem por aqueles que já apresentam níveis mais aprofundados de conhecimento do Espiritismo. Aliás, quando desejamos estudar minuciosamente uma questão sob a visão espírita, iniciamos com a consulta às obras de Kardec e encerramos, igualmente, fundamentados nas assertivas do Codificador, permeando a pesquisa com bibliografia complementar, constituída de obras subsidiárias que enriquecem o estudo.

Ou você faz diferente?

Geraldo Campetti

(O texto acima é um recorte autorizado do artigo de Geraldo Campetti Sobrinho, que foi escrito originalmente para a revista Reformador – FEB – e publicado Boletim GEAE Número 453).

Nos dons do Cristo

“Mas a graça foi dada a cada um de nós, segundo a medida do dom do Cristo.” Paulo. (EFÉSIOS 4:7.)

A alma humana, nestes vinte séculos de Cristianismo, é uma consciência esclarecida pela razão, em plena batalha pela conquista dos valores iluminativos.

O campo de luta permanece situado em nossa vida íntima.

 Animalidade versus espiritualidade.

Milênios de sombras cristalizadas contra a luz nascente.

E o homem, pouco a pouco, entre as alternativas de vida e morte, renascimento no corpo e retorno à atividade espiritual, vai plasmando em si mesmo as qualidades sublimes, indispensáveis à ascensão, e que, no fundo, constituem as virtudes do Cristo, progressivas em cada um de nós.

Daí a razão de a graça divina ocupar a existência humana ou crescer dentro dela, à medida que os dons de Jesus, incipientes, reduzidos, regulares ou enormes nela se possam expressar.

Onde estiveres, seja o que fores, procura aclimatar as qualidades cristãs em ti mesmo, com a vigilante atenção dispensada à cultura das plantas preciosas, ao pé do lar.

Quanto à Terra, todos somos suscetíveis de produzir para o bem ou para o mal.

Ofereçamos ao Divino Cultivador o vaso do coração, recordando que se o solo consciente do nosso espírito aceitar as sementes do Celeste Pomicultor, cada migalha de nossa boa vontade será convertida em canal milagroso para a exteriorização do bem, com a multiplicação permanente das graças do Senhor, ao redor de nós.

Observa a tua “boa parte” e lembra que podes dilatá-la ao Infinito.

Não intentes destruir milênios de treva de um momento para outro.

Vale-te do esforço de autoaperfeiçoamento cada dia.

Persiste em aprender com o Mestre do Amor e da Renúncia.

Não nos esqueçamos de que a Graça Divina ocupará o nosso espaço individual, na medida de nosso crescimento real nos dons do Cristo.

(Mensagem do livro Fonte Viva, pelo Espírito Emmanuel – Médium: Francisco Cândido Xavier)

Fé e bom ânimo sempre

Talvez nunca tenha sido tão difícil, para muitos de nós, manter a fé e o bom ânimo como nos dias atuais. Estamos sendo convocados ao crescimento espiritual através de provas individuais e coletivas intensas, que estão aferindo a nossa fé em cada momento do nosso dia a dia.

Sentimo-nos como se estivéssemos atravessando um mar revolto de dificuldades, incertezas, infortúnios. Como se um vendaval de acontecimentos nos transportassem para tempestades provacionais inimagináveis.

Esta travessia nos remete ao Evangelho de Jesus, em Mateus (4:22-36), quando o Mestre estava em um barco com seus discípulos e acalmou a tempestade. Mais tarde, notando que o barco havia se afastado devido à ventania, Jesus foi até eles caminhando sobre as águas.

Pedro então disse-lhe: “Se és tu, Mestre, mande-me ao seu encontro sobre as águas!”, e Jesus permitiu. O apóstolo, assim, começou a caminhar. Porém, num dado momento, começou a temer e afundar e pediu socorro ao Mestre. Jesus, então, segurou-o firme em suas mãos, dizendo: “Homem de pouca fé. Por que duvidaste?”. Ao subirem no barco, o mar bravo se acalmou e todos se sentiram aliviados.

Mas como ter fé suficiente para nos mantermos firmes e com bom ânimo durante os momentos mais desafiantes da vida?

Primeiramente, é preciso reconhecer que a fé não é algo que chega até nós sem esforço da nossa parte. Não é transmitida através da convivência, da admiração ou do pertencimento a uma crença ou religião.

A fé é uma conquista pessoal. Devemos reservar um lugar para que ela seja cultivada em nosso coração, assim como uma planta, que necessita de ser regada e cuidada todos os dias, para que cresça e nos sustente com sua fortaleza, sua sombra e seus frutos nas horas difíceis. Demonstrar a fé quando não somos desafiados pelas intempéries e incertezas da vida é muito fácil. Mas não tem sido tão fácil provar a nossa fé diante das dificuldades e riscos que a vida nos apresenta, atendendo ao convite de Jesus, que nos chama a caminhar sobre as águas revoltas, mas permanece ao nosso lado, nos estendendo a mão e acalentando a certeza de que Ele nunca nos deixará a sós.

Ter fé é confiar. Mas acreditar é diferente de confiar. Embora a diferença seja sutil, a confiança exige mais de nós, é um ato de entrega. Nós podemos acreditar em muitas coisas, mas a confiança em Cristo nos propõe sairmos de nós mesmos e nos entregarmos em suas mãos com a certeza do amparo. A certeza nasce da infalibilidade Dele, e a confiança inclui aceitarmos os desígnios de Deus em tudo aquilo que não podemos mudar em nossas vidas e nos acontecimentos que estão além do nosso controle. A confiança nos inspira à resignação e à ação na hora de transformarmos tudo aquilo que cabe a cada um de nós mudar ou renovar. Não é passividade, é calma. É paz para aguardar, para saber quando agir e quando recuar diante do caminho.

Nossas ações são impulsionadas pela fé. “A fé e o amor são as forças mais poderosas do universo”, como já dizia Madre Teresa de Calcutá, mulher que representou a personificação da fé entre nós, tendo sua essência na caridade. A fé sem obras é morta. O que realmente nutre a fé é a caridade conosco e com o nosso próximo.

No livro Intervalos, psicografia de Chico Xavier, na lição intitulada “Fé, trabalho e merecimento”, Emmanuel nos ensina que “a fé vitoriosa é aquela que se alicerça no trabalho. A esperança ociosa é simples divagação. Se estamos procurando entesourar a fé, não acreditemos que isso possa ser feito namorando altares de pedra. Que a fé seja buscada no lugar de serviço que o mundo nos reserva.”.

 Nunca devemos nos esquecer também dos frutos da resiliência, amadurecidos pela fé viva dentro de nós ao longo do tempo. Tenhamos a certeza de que tudo passa, temporadas tristes e felizes. Tudo chega, passa e vai embora. A fé é a que sempre fica. Ao lado da esperança, a fé é a que nos mantém dispostos a continuar, a lutar, a almejar a felicidade possível e a alegria de viver.

Se a fé está presente, é ela que nos permite dar um passo à frente rumo a uma solução, quando tudo parece perdido. É uma voz que nos fala: “Não desista! Recomece! Renove!” e que nos aponta novos caminhos. Que nos faz estender as mãos para buscar ajuda, seja para nós mesmos ou para o nosso próximo.

Buscar novas maneiras de preencher nosso tempo com esperança e bom ânimo é uma forma de ativarmos nossa fé. Muitas vezes, o desânimo chega sorrateiramente e vai nos espreitando de todos os lados possíveis, decorrente das horas vazias, daqueles momentos em que escolhemos “não fazer nada”. Uma sugestão é que não nos permitamos mais de uma hora de ócio por dia. É importante não descansarmos além do necessário, porque é muito fácil de confundir desânimo com cansaço.

O desânimo pode vir também depois das palavras amargas que proferimos ou que nos chegam os ouvidos. Ou vem de mãos dadas com a solidão, quando nos negamos à solidariedade, assim como após um fracasso aparente, uma frustração ou até mesmo após as perdas, que acabam por abalar naturalmente o significado que dávamos à vida, nos convidando, então, à renúncia, ao desapego e à busca de um novo sentido para a nossa existência aqui na Terra.

Nestes momentos, tudo o que precisamos é orar e vigiar! É estender uma de nossas mãos para o Cristo e buscar auxílio através da prece, do Evangelho, do culto no lar. E a outra mão, estendermos ao nosso próximo praticando a caridade. É lembrar também que existem livros edificantes nos aguardando, além da ocupação útil, seja através de uma tarefa doméstica, um artesanato, de uma conversa elevada com o nosso próximo, uma brincadeira com uma criança, do cuidado com as plantas ou com os animais, de ouvir uma música, de aprender ou ensinar, de assistir a uma palestra ou filme edificante, ou qualquer outro programa que eleve o padrão vibratório dos nossos pensamentos, que nos faça sorrir mais. Enfim, são apenas alguns exemplos de atividades que podemos integrar à nossa nova rotina e que nos ajudam a substituir as ideias fixas e os pensamentos negativos por pensamentos saudáveis, que renovam as nossas energias, nos aliviando o coração e a mente, através da transformação de tudo aquilo que é possível transformar.

Quando pensamos numa representação viva da fé nas fases dolorosas da humanidade, logo nos vêm à mente os antigos cristãos, exemplificados no livro Ave Cristo de Emmanuel, psicografado por Chico Xavier. Eles possuíam uma fé inquebrantável, de tal forma que nada os atemorizava quando convocados ao testemunho. Hoje, não temos mais as feras e os postes, mas sim uma nova realidade criada por nós mesmos, da qual somos herdeiros por desacatarmos as leis universais, estando agora convocados à reparação e construção de uma nova era.

Que possamos estar dispostos, confiantes, esperançosos e operantes nesta grande nau, acalentando em nós a certeza de que o Cristo está no leme, como ilustrou muito bem João Cabete, ao nos presentear com esta belíssima canção:

“Deus, contempla no infinito

A terra em desamor constante

Conflitos dilaceram corações

É a guerra, vagando aos turbilhões.

Apaga-se o milênio

A sombra deblatera

De polo a polo a dor

Reclama em longa espera.

O mundo estala e treme

A luz prossegue e brilha

O Cristo está no leme

Preparando a terra

A nova madrugada

O sol da nova Era

Irá brilhar na terra

Como eterna primavera.

Iluminando os caminhos

Floridos de paz

Na glória do porvir

No imenso azul profundo.

Estrelas acenam ao mundo

A alegria e a esperança

É sublime a aliança

Na harmonia que enternece

E a vida refloresce

Em sorrisos de esplendor

O Cristo amado está no leme

Na alvorada da bonança

Em hosanas ao Senhor

O limiar do mundo novo

Cantará na voz do povo Hinos de paz, hinos de amor”.

Adriana Souza